Os motoristas de ônibus de Rio Branco suspenderam os serviços nesta segunda-feira (13) em protesto contra atrasos no pagamento de salários e benefícios.

De acordo com os trabalhadores, o salário de dezembro, que deveria ter sido quitado até o quinto dia útil de janeiro, não foi depositado. Além disso, eles relatam que o vale-refeição está atrasado há dois meses.

Riclei Camelo, um dos motoristas envolvidos, informou ao portal Gazeta do Acre, que a decisão pela greve foi tomada pelos próprios trabalhadores, sem o suporte oficial do sindicato.

Segundo ele, a categoria optou por realizar uma paralisação pacífica, mas permitiu que uma das baias de ônibus continuasse operando para reduzir o impacto na população.

“Foi pela população que nós decidimos deixar uma aberta. O nosso propósito aqui é garantir um acordo com a empresa, com a Prefeitura ou com o RBTrans, algum órgão responsável, para suprir nossas necessidades”, informou.

Camelo destacou que muitos motoristas enfrentaram dificuldades financeiras durante o período de festas de fim de ano devido à falta de pagamento. Ele também denunciou problemas no transporte público, como a falta de uniformes e de veículos em condições adequadas para atender os passageiros.

“Muitos colegas passaram necessidade no Natal. Não receberam o VR, não puderam fazer a ceia tradicional com suas famílias, e alguns nem conseguiram comprar um bolo para o aniversário do filho. Isso dói muito para um trabalhador, para um pai de família”, disse.

O vereador André Kamai (PT) esteve no local da mobilização e criticou a ausência de fiscalização por parte da Prefeitura de Rio Branco em relação ao transporte coletivo.

Kamai afirmou que, além do atraso nos salários e vale-refeição, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores também não está sendo recolhido há meses.

“Olha o tamanho da brincadeira que essa empresa faz. Ela prevê o vale refeição, mas, quando chega o dia do crédito, ele some da conta dos trabalhadores. Estamos falando de pessoas com famílias, com crianças em casa para alimentar”, afirmou o vereador.