Na tarde desta sexta-feira, 3, a presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB/AM), Dra. Grace Anny Benayon, disse, em coletiva à imprensa, que a decisão da sentença de progressão de regime fechado para semiaberto em prisão domiciliar acerca do “Caso Sotero”, envolvendo o delegado Gustavo de Castro Sotero foi recebida com muita tristeza e indignação pelo órgão.
O delegado matou o advogado Wilson de Lima Justo Filho há aproximadamente quatro anos em uma casa de show da cidade.
“Nós recebemos com muita indignação, pois nós não temos legitimidade nesse momento, nesta fase processual, que é a fase da execução. Hoje nós estamos aqui objetivando sensibilizar as autoridades que atuam no processo, que possam reverter essa questão, na medida em que a gente está tratando de algo absolutamente injusto, onde temos elementos reais que, com certeza, não estavam nos autos”, afirma Benayon.
A advogada que atua no caso, Dra. Catharina Estrella, considera a decisão totalmente injusta.
“Esse tipo de conduta precisa ser repreendida. Um réu dessa natureza precisa ter um cumprimento de pena efetivo, pois, se não, que tipo de sociedade nós iremos formar?” declarou a advogada.
O caso
O crime aconteceu em novembro de 2017 dentro de uma casa noturna na Zona Oeste de Manaus.
O advogado Wilson de Lima Justo Filho morreu ao ser baleado por tiros efetuados pelo delegado Gustavo de Castro Sotero. Outras três pessoas ficaram feridas. Sotero acabou preso pelos crimes de homicídio doloso e lesão corporal.
O advogado estava na casa noturna com a esposa, que também foi baleada.
No julgamento, que ocorreu em novembro de 2019 e durou três dias, a Justiça decidiu que Sotero seria condenado a 30 anos em regime fechado.
O delegado foi responsabilizado pelos crimes de:
– Homicídio qualificado privilegiado do advogado Wilson;
– Homicídio privilegiado tentado;
– Lesão corporal de duas pessoas, incluindo a esposa do advogado.
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