A defesa de Joabson Gomes e Jordana Freire descartou a participação do casal no assassinato do sargento Lucas Guimarães ocorrido em uma cafeteria no dia 1º de setembro, na Zona Centro-Sul de Manaus.
Seis advogados da defesa do casal assinaram nota enviada ao Portal Norte de Notícias. Eles alegam inocência da dupla e dizem que já solicitaram à Justiça que o casal responda em liberdade.
Segundo eles, a linha de investigação não colheu vestígio que aponte participação no crime.
“A linha de investigação apenas logrou apontar uma pessoa com possíveis motivos para cometer alguma represália contra a vítima, tendo em vista a suspeita de uma traição; no entanto, é fato
inquestionável que não foi colhido um único vestígio que possa ligar concretamente Joabson à execução de Lucas Ramon”, relata a defesa.
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Para os advogados Raphael Grosso Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Tarcício Neves de Souza, Maurílio Sérgio F. da Costa Filho, Emerson P. P. Oliveira e Jonny Cleuter Simões Mendonça não foi produzida prova material que ligue Jordana e Joabson à execução de Lucas.
“Nada, absolutamente nenhum vestígio ou evidência consegue atrelar diretamente nenhum dos investigados ao fatídico dia em que a vítima Lucas veio a ser cruelmente morta, conforme destacou a própria autoridade policial na entrevista coletiva”, diz.
A defesa se solidarizou com a família e afirma que é a principal interessada no esclarecimento da morte do sargento.
“O caso apurado nos autos revela um crime grave e que merece a mais precisa e aprofundada apuração. A defesa, em nome de seus constituintes, solidariza-se com a dor da família da vítima e se coloca como a principal interessada no esclarecimento do evento que lhe vitimou, com a demonstração da ausência de qualquer espécie de envolvimento do casal no delito sob apuração”, declarou.
Os advogados afirmam que não podem divulgar mais detalhes de informações que tiveram acesso sobre o caso, pois o mesmo corre em segredo de Justiça.
“Dessa forma, quaisquer informações mais específicas a respeito da dinâmica do evento ou de qualquer outro detalhe das apurações em andamento que já foram ou venham a ser divulgadas conflitam diretamente com o segredo de justiça imposto sobre a investigação. Por isso, acredita-se ser temerário comentar detalhes específicos da investigação em andamento em veículos de comunicação, sob pena de se inaugurar prática ilícita”, diz a nota.
Investigação
Na manhã de terça-feira, 21, a polícia deflagrou a “Operação Lucas 8:17”, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos no caso.
Em entrevista coletiva após as ações, a delegada Marla Miranda confirmou que havia um caso extraconjugal entre Lucas e Jordana Azevedo, mulher do empresário Joabson Gomes, dono de uma rede de supermercados.
As investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) apontam que Joabson descobriu a traição por meio do telefone celular da esposa. O relacionamento fora do casamento teria iniciado em dezembro de 2020.
Além de sargento do Exército, Lucas Ramon era dono da cafeteria em que foi morto, e proprietário de uma gráfica que prestava serviço para o supermercado. A vítima e Jordana se conheceram através de Joabson.
Por meio de mensagens de aplicativo de mensagem, o empresário também teria descoberto que Jordana desviava dinheiro do supermercado para Lucas. Segundo a delegada, Jordana chegou a sofrer violência doméstica, mas não fez boletim de ocorrência. Lucas foi ameaçado pelo empresário.
A viúva do militar assassinado afirmou em depoimento à polícia ter visto envelopes com adesivos do supermercado sendo entregues na residência do casal. Ela soube da traição pouco antes da morte do marido.
Na operação deflagrada na manhã desta terça, a polícia foi recebida na casa do empresário Joabson pelos advogados do casal.
A polícia desconfia que a operação teve informações vazadas.
O casal está foragido e a Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos dois.
A polícia informou que o nome da operação realizada pela manhã é uma alusão ao capítulo 8 e versículo 17 do livro de Lucas na Bíblia, que diz “Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz”.
O crime
O empresário e militar Lucas Ramon, de 29 anos, foi assassinado com disparos de arma de fogo na região da cabeça na noite do dia 1º de setembro. O crime foi em uma cafeteria localizada na avenida Ayrão, próximo ao Boulevard Álvaro Maia, bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus.
Segundo a polícia, a vítima era 3º sargento do Exército Brasileiro e estava na cafeteria, de propriedade dele, quando um homem, não identificado, entrou no estabelecimento se passando por cliente, perguntou pelo nome de Lucas, e em seguida puxou uma arma disparando contra a vítima.
Lucas ainda chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Santa Júlia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Após os disparos, o assassino, que deixou sua moto ligada antes da execução, fugiu do local sem ser identificado.
Segundo informações da polícia, o empresário morto é genro do proprietário de um hospital particular de Manaus e estaria esperando o nascimento do 2º filho.
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