O garimpo ilegal instalado no rio Madeira e próximo ao município de Autazes, a 113 Km de Manaus, está causando problemas além da questão ambiental. Nesta quinta-feira, 25, a Defesa Civil local afirmou que o número de casos de  Covid-19 está aumentando naquela região após a chegada de garimpeiros.

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“Somente hoje [quinta-feira], confirmamos seis novos casos. Desde domingo [21] já são 30 casos”, declarou a coordenadora da Defesa Civil de Autazes, Patrícia Neves.

Em nota, a prefeitura de Autazes “não confirma o aumento no número de casos, relacionada a chegada dos garimpeiros”, informou. 

Patrícia chama atenção ainda sobre o desrespeito da população diante do decreto do uso de máscaras e outras medidas contra a proliferação do coronavírus.

Nas ruas, os autazenses também estão abrindo mão da proteção.

“Quando saímos na rua, quase não vimos pessoas com máscara, só os funcionários dos órgãos”, lamenta coordenadora.

Para ela, o aumento dos casos está ocorrendo, principalmente, por parte dos garimpeiros e por conta de populares irem até o local vender alimentos aos trabalhadores ilegais.

“Muitos vão até lá para vender salgado e comida. Não há informação de que eles [garimpeiros] tenham se vacinado”, ressalta.

De acordo com o panorama epidemiológico da Covid-19 no Amazonas, divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), de sexta-feira, 19, até quarta-feira, 24, foram notificados 36 casos de Covid-19 em Autazes.

A média é de 5 casos diários, porém dados desta terça-feira, 19, demonstram que 14 pessoas foram infectadas pelo vírus.

A prefeitura de Autazes confirmou que foi montada uma barreira sanitária na estrada próxima à comunidade de Rosário, que dá acesso a garimpo ilegal. E nesta sexta-feira, 26, haverá uma ação de saúde comunidade Rosário.

“Formamos uma barreira sanitária para evitar o aumento nos casos de Covid-19 na região”, declarou o prefeito de Autazes, Anderson Cavalcante.

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Danos ambientais

O garimpo ilegal impõe medo de erosão e de mortes de peixes. A prefeitura já acionou órgãos estaduais e federais para ajudar no combate à prática ilegal.

“Não podemos permitir que essa atividade ilegal coloque em risco a vida dos moradores do Rosarinho e, consequentemente, de toda a região. Os ribeirinhos e comunitários solicitaram que a prefeitura os ajudasse a preservar o rio, os peixes e o seu trabalho. Nós já acionamos o Ipaam [Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas], a Marinha e também o Ministério do Meio Ambiente para que sejam tomadas providências, o quanto antes.”, afirmou o prefeito Anderson.

Ação de retirada

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou nesta quarta-feira, 24, ações emergenciais para desarticular o garimpo ilegal de ouro na calha do rio Madeira e afluentes.

A atuação integrada de órgãos e autarquias federais e estaduais deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias.

Um procedimento extrajudicial foi instaurado para apurar a ocorrência de suposta invasão em massa de garimpeiros na região, ocorrida no dia 22 de novembro de 2021.

A chegada de várias dragas e balsas no rio Madeira, na região de Autazes, foi registrada por meio de imagens e vídeos.

O problema já tem ampla repercussão nacional e internacional.

 

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