A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) divulgou nesta quinta-feira, 3, a identificação de um novo grupo de indígenas isolados na região de Lábrea, a 702 km de Manaus, no Sul do Amazonas.
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A descoberta ocorreu entre agosto e outubro de 2021, pela equipe da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Madeira-Purus.
Os indígenas isolados possivelmente falantes de uma língua arawá, numa região totalmente fora dos limites de terras indígenas.
A confirmação se deu pela localização de artefatos de cultura material (panelas, cestos, arco, porretes, acampamentos etc), de diferentes datações, em uma área onde eles pescavam e coletavam produtos da floresta.
A equipe da expedição chegou a ouvi-los à pequena distância, o que provocou a imediata suspensão dos trabalhos, e a posterior solicitação de uma série de medidas urgentes, dentre elas a imediata interdição da área.
Foto: Reprodução/ Coiab
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Política Públicas
A Coiab afirma que desde 2010, dos mais de 80 registros de povos indígenas isolados em investigação no Brasil, apenas cinco deles tiveram sua presença confirmada pelas equipes especializadas da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região amazônica.
A confirmação da presença de indígenas isolados pelo Estado brasileiro não é um fato rotineiro na política pública indigenista, pois demanda a mobilização de equipes de campo e complexas logísticas. Esse trabalho de pesquisa, localização e confirmação, muitas vezes, leva anos a fio.
A organização criticou a inércia da Fundação Nacional do Índio (Funai) em relação à proteção do grupo.
“A Funai deveria estabelecer imediatamente uma Restrição de Uso – interditando a área para proteger os indígenas isolados por meio de ações sistemáticas de vigilância e fiscalização para controlar eventuais ingressos de pessoas não-autorizadas; e ampliação dos estudos da Funai sobre o tempo e formas de ocupação indígena, delimitando o território ancestral desse grupo. Além disso, deveria priorizar a construção de uma cordão sanitário no entorno da área ocupada pelos indígenas e elaborar plano de contingência, tanto para uma eventual situação de contato como para fazer a contenção do coronavírus na área”, informou a Coiab.
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