O Amazonas é o segundo estado brasileiro em número de genomas do SARS-CoV-2 sequenciados a partir de exames positivos para Covid-19. Ao todo, já foram mais de 5 mil genomas depositados, de acordo com o pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia), Felipe Naveca.

Todos os dados estão disponíveis no banco de dados público ligado a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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“Das mais de 5 mil amostras sequenciadas e depositadas pela equipe do ILMD, 85% são do Amazonas e os outros 15% são de Roraima e Rondônia. Desde agosto de 2021 sequenciamos mais de 5% de todos os casos positivos do Amazonas, superando o recomendado pela OMS”, informa.

Desde de 2020, o ILMD/Fiocruz Amazônia vem realizando a vigilância genômica no Amazonas. O trabalho é de fundamental importância para identificar a circulação da linhagem do vírus e suas mutações, conforme recomendado pela OMS.

O ILMD/Fiocruz Amazônia faz parte da rede de vigilância genômica da Fiocruz, e trabalha em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), recebendo amostras do Laboratório Central do Amazonas (Lacen/AM), além dos estados de Rondônia, Roraima e Mato Grosso do Sul, e no final de janeiro começou a receber do Acre. 

Relatórios de sequenciamento genômico elaborados pelo ILMD/ Fiocruz Amazônia, ao longo de janeiro, atestaram o avanço da variante Ômicron, como dominante no Amazonas.

A partir da análise de 1.260 amostras do Estado do Amazonas, coletadas pela FVS-RCP, entre o final de dezembro e a primeira quinzena de janeiro, a variante Ômicron foi identificada em 95% dos genomas sequenciados.

Pesquisador do laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (ILMD/ Fiocruz Amazônia) e do laboratório de Flavivírus – laboratório de Referência Regional para Arbovírus (IOC/Fiocruz RJ), Felipe Naveca, coordena os trabalhos de sequenciamento genético em Manaus, e destaca que os resultados desse trabalho são decisivos para afirmar a predominância de determinada variante e o reforço às medidas sanitárias necessárias para conter o avanço da doença.

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“Importantíssimo que as pessoas se vacinem, tomem todas as doses necessárias, seja segunda, terceira ou quantas forem preconizadas pelos órgãos de saúde e também seguir os protocolos sanitários. É importante continuar usando máscara principalmente em ambientes fechados, a lavagem das mãos periodicamente com água e sabão ou na falta usar o álcool em gel. Evitar aglomerações, manter os ambientes sempre o mais ventilado possível”, comenta Felipe.  

Sequenciamento

A pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Valdinete Alves do Nascimento, explica que no Amazonas, “tudo que é positivo para Sars-CoV-2 no Lacen-AM é passível de ser sequenciado aqui no instituto”. No Lacen é realizada a maior parte do diagnóstico de casos do Amazonas, e aqui (ILMD) fazemos o sequenciamento genético e identificamos qual a linhagem do vírus que está circulando, se é Ômicron, se é Delta, se é alguma nova variante, se já tem mais mutações”, explica Valdinete, que integra a equipe de oito pessoas responsáveis pelo trabalho de vigilância genômica.

“Com a melhoria da infraestrutura local desde 2020 e o financiamento de diversas agências como a Fapeam, CNPq, DECIT/MS, AHF e Opas, além de empresas privadas como a Vivo e a 99 Tecnologia, estão sendo analisadas mais de 700 amostras semanalmente”, informa Naveca.

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