Através de um ofício, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM) solicitou ao ministro da justiça, Anderson Torres, gerenciamento nas bases da Fundação Nacional do Índio (Funai), após sucessivas ameaças aos servidores.
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O sindicato, que acompanha com atenção os desdobramentos dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, enviará cópias do documento aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados e senadores no Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério da Casa Civil.
Os servidores da Funai no município de Atalaia do Norte (AM), Vale do Javari, trabalham de portas fechadas desde segunda-feira, 4.
A razão disso é porque, no dia 1 de julho, uma área restrita do órgão foi invadida por dois colombianos que perguntaram a uma servidora como Dom Phillips foi morto, além de pedirem mapas da terra indígena.
“Eles estão só com trabalho interno, suspenderam os atendimentos externos e estão com medo. Os colombianos que foram lá não quiseram dizer o motivo da ‘visita’ e nem se identificaram. Não tem qualquer segurança por lá, seja por agentes para proteção do espaço ou ao menos uma câmera”, afirma o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos.
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Ameaças e perigo também no alto Solimões
Ainda de acordo com o secretário-geral, o pedido de segurança e proteção não se limita à coordenação regional da Funai no Vale do Javari, pois as ameaças aos trabalhadores se estendem também a outras unidades do órgão no Estado.
No mês de junho, o site Metrópoles revelou em um documento que aponta que servidores no alto e médio rio Solimões sofrem constantes ameaças por parte de ‘piratas’, “grupos fortemente armados que saqueiam embarcações e colocam em risco a vida da população indígena e ribeirinha” na região.
No ofício, o Sindsep-AM pede providências imediatas e solicita “uma força tarefa para os municípios do alto rio Solimões, com o intuito de reforçar a segurança pública, garantindo a vida e a integridade física dos servidores”.
“A nossa solicitação de segurança se estende também para os trabalhadores do Solimões. Pedimos apoio total da Força Nacional, porque a situação é gravíssima. Estamos falando da vida de trabalhadores que está em risco, isso precisa ficar claro, é sério”, pontua o secretário-geral.
O Sindsep-AM tem oferecido suporte aos servidores da Funai durante as paralisações que têm sido realizadas por trabalhadores do órgão desde a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Nas mobilizações, os grevistas pedem justiça pelas mortes, cobram respostas para o caso do assassinato do também servidor da Funai Maxciel Pereira, ocorrido em 2019, no município de Tabatinga (AM), e pedem garantia de vida para trabalhar com segurança.
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