O Amazonas tem 32.742 famílias sob risco de despejo, a maioria mulheres, crianças e idosos.
A informação faz parte da Campanha Despejo Zero que divulgou o Mapeamento Nacional dos Conflitos pela Terra e Moradia.
A iniciativa reúne organizações, entidades e movimentos que disponibilizam dados sobre conflitos pela terra e moradia em todo o país.
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O cenário de risco de despejo é uma realidade em todo o Brasil. No país, 1.039.608 pessoas enfrentam o problema.
Desse total, 686.141 são pessoas negras e 623.765 são mulheres (60%), além de 177.773 crianças e 174.654 pessoas idosas.
De acordo com o levantamento, o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo (65.650), seguido por Amazonas e Pernambuco (21.661).
Os conflitos fundiários resultam em despejos e remoções forçadas de pessoas do seu local de moradia e sobrevivência.
É um problema crônico e invisibilizado no Brasil. Muitas vezes, quem sofre a violência de não ter o direito à moradia é, também, criminalizado
Famílias sob risco de despejo no AM
Em Manaus 31.637 pessoas estão sob risco de despejo.
No interior do Estado são 1.105 pessoas correm os mesmos riscos em 10 municípios.
O Amazonas contabiliza ao todo 58 conflitos mapeados.
A Comunidade Nova Vida (Cemitério Indígena), localizada na Zona Norte de Manaus é o maior deles, com 3.500 famílias ameaçadas de despejo.
Todos esses números, entretanto, podem estar subnotificados. Ou seja, o número pode ser bem maior do que os revelados.
O medo do despejo gera um trauma em todos os envolvidos.
“Desde o momento da ameaça, quando acontece o medo de ser despejado, além do trauma de um despejo violento, até às violações de direito enfrentadas por não ter onde morar”, comentou Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil.
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Campanha Despejo Zero
O Mapeamento Nacional de Conflitos pela Terra e Moradia faz parte da Campanha Despejo Zero.
A iniciativa reúne organizações, entidades e movimentos que disponibilizam dados sobre conflitos pela terra e moradia em todo o país.
Por se tratar de trabalho colaborativo, o mapeamento informa em sua página oficial na internet que o resultado apresentado “representa apenas uma parcela da realidade”, ou seja, os “dados são subestimados” e o problema pode ser maior.
Contribuem para a iniciativa: Despejo Zero, Fórum Nacional de Reforma Urbana, Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, Habitat para a Humanidade Brasil, Observatório de Remoções Labá Direito Espaço e Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Observatório das Metrópoles.