O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) tem sofrido com a redução da sua capacidade devido à falta de profissional.
É o que revela dados obtidos pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-AM) junto ao setor de Recursos Humanos do órgão.
A falta de profissionais de nível médio também tem forçado o fechamento de laboratórios do Inpa.
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Dados apontam que 2006 para 2023, o instituto perdeu metade (52%) dos seus profissionais de nível médio, caindo de 485 para os atuais 231.
Redução de quadro
O quadro preocupa, já que 25,40% dos técnicos – cargo de nível médio – podem se aposentar.
Assim ocorre com os assistentes de ciência e tecnologia, outro cargo de nível médio, com 38% já aptos a se aposentar.
O Inpa calcula que há um déficit de pelo menos 517 vagas para nível médio, embora não haja anúncio de certame para essas funções.
Falta de servidores do Inpa
O Governo Federal anunciou concurso com 63 vagas de pesquisadores e tecnologistas para o Inpa, todos cargos de nível superior no mês passado.
A ausência de cargos de nível médio gerou mobilização no Sindsep-AM e no Fórum de C&T, que até enviou carta à ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, pedindo intercessão junto ao Ministério de Gestão e Inovação (MGI) pela realização de concursos também para cargos de nível intermediário.
“Passamos por um processo de decadência e falta de força de trabalho no setor de C&T que durou pelo menos dez anos. No início da década de 90, o Inpa tinha um corpo funcional de cerca de 1,2 mil pessoas. Hoje, somos pouco mais de 400”, afirma o secretário de administração do Sindsep-AM, Jorge Lobato, que é servidor de carreira no Inpa e também representante da categoria no Fórum de C&T.
A carta enviada à ministra da pasta, cita o risco de paralisação de pesquisas importantes não apenas no Inpa, mas em uma série de órgãos do sistema de C&T do país, considerando que o governo anunciou concursos para outras instituições públicas do setor, porém, sem vagas de nível médio.
Prejuízos nas pesquisas
A falta de servidores se reflete nos laboratórios de pesquisa do instituto.
É no caso do laboratório de malária e dengue, Rosemary Aparecida Roque, que enfrenta problemas diários na rotina das pesquisas devido à ausência de técnicos.
Até 2019, o laboratório possuía seis profissionais técnicos. Atualmente, são apenas dois, com um já apto a se aposentar.
O técnico não é só a pessoa que dirige um transporte e leva as pessoas até a atividade. Ele também executa aquele serviço, algo que muitas vezes requer treinamento, e de longo período, uma vivência.
Eles, também, orientam estudantes do Inpa, em muitos casos.
O Inpa também tem uma série de equipamentos onerosos, de grande capacidade, e que estão sem uso por falta de pessoal para colocá-los em funcionamento.
Nomeado diretor do Inpa, o professor doutor Henrique Pereira diz que já teve conversas com a direção do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para ressaltar a necessidade de abertura de vagas para contratação de novos servidores nestas funções.
No Projeto de Lei Orçamentária 2024 (PLOA), a previsão é que o Inpa receba R$ 41,8 milhões, um aumento de 19,5% em comparação aos recursos previstos para este ano.
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