Nesta quarta-feira (29), o Governo do Amazonas apresentou o Programa Amazonas 2030 propondo o desmatamento líquido zero no estado.
A proposta, que será comunicada na COP-28, será executada a partir de recursos da venda de créditos de carbono.
“A gente está caminhando para construir um arcabouço legal para dar a segurança necessária tanto para o Estado que detém esses créditos, tanto para aquelas empresas e pessoas que têm interesse, ou estados e municípios que têm interesse em comercializar esse crédito de carbono”, destacou o governador Wilson Lima (União Brasil).
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O gestor estadual ainda salientou que o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, é um dos que apresentou interesse em comercializar os créditos de carbono com o Amazonas para “zerar as emissões de CO2” na cidade.
“Esse recurso captado com essa venda do crédito de carbono é toda revertida para a questão da sustentabilidade, a questão de proteção ambiental e também de promoção de qualidade de vida, principalmente para aquelas pessoas que estão nas reservas de desenvolvimento é sustentável”, salientou.
O objetivo do plano é alcançar a máxima redução do desmatamento nos próximos seis anos, além de contar com o auxílio de ações que já são realizadas no Amazonas junto a novas medidas.
Além do 2030, está em desenvolvimento o Programa Jurisdicional de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), que se trata de um mecanismo de utilização dos créditos de carbono que foram emitidos ou não no período de 2006 a 2015.
O governo estadual planeja, portanto, arrecadar cerca de R$ 1 bilhão em 2024 com a comercialização dos créditos de mais de 800 milhões de toneladas de carbono equivalente.
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‘Abismo climático’
Segundo o secretário de estado do Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira, o desafio do estado na CP-28 é fazer com que os países de fora invistam na conservação ambiental e no combate à crise climática.
Ele cita ainda o termo “abismo climático” para apresentar a situação atual da região amazônica.
“Todos nós sabemos que a Amazônia é fundamental para combater a crise climática, só que, por enquanto, o custo dessa ação está sendo feito exclusivamente pelos estados. O desafio agora é fazer com que os países que nos levaram a esse abismo climático invistam em atividades que possam garantir a conservação e a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, destacou.
Na agenda do Amazonas durante o evento, também haverá encontros com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco da Amazônia (Basa), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de uma agenda com a Amazon, de Jeff Bezos, visando fazer parcerias.