O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá apresentou os resultados de 25 anos de pesquisa sobre o manejo sustentável do pirarucu durante a semana de reuniões do G20 em Manaus, realizada de 17 a 19 de junho no Centro de Convenções Vasco Vasques.
O evento reuniu representantes das maiores economias do mundo, além de cientistas, técnicos e autoridades, para discutir políticas públicas de meio ambiente, conservação e desenvolvimento sustentável.
Na mesa “Bioeconomy for traditional and rural communities and indigenous peoples” realizada no dia 18, o diretor-geral do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, destacou a metodologia de manejo sustentável do pirarucu, desenvolvida em parceria com as comunidades tradicionais. O projeto tem sido um exemplo de sucesso na conservação da biodiversidade e no apoio aos modos de vida dos ribeirinhos.
Valsecchi explicou que, antes da implementação do manejo, o pirarucu estava em risco de extinção. Com a metodologia desenvolvida pelo Instituto Mamirauá, a população de pirarucus nas áreas manejadas aumentou em 620%, e o tamanho médio dos peixes adultos passou de 1,27 metros em 1998 para 1,95 metros em 2020.
“É um caso de sucesso na conservação da biodiversidade e garantia dos modos de vida dos ribeirinhos”, afirmou Valsecchi.
Outros projetos de manejo além do pirarucu
Além do manejo do pirarucu, Valsecchi mencionou outros projetos voltados para o manejo do açaí, mel de abelhas nativas, madeira e farinha, todos atendendo às demandas das comunidades amazônicas. Ele enfatizou a importância das pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Mamirauá e seu impacto na ciência.
Um exemplo é a publicação na revista científica britânica Nature, que contou com a participação de cientistas brasileiros do instituto, comparando o genoma de mais de 200 espécies de primatas para buscar a cura de várias doenças.
Futuro do Instituto Mamirauá
Valsecchi encerrou sua apresentação discutindo os próximos passos do Instituto Mamirauá. Ele mencionou a criação da Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade no início de 2024, envolvendo sete institutos de Brasil, Colômbia, Equador e Peru, com articulação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Nosso papel é fortalecer a curto, médio e longo prazo o trabalho de pesquisa científica e os projetos de manejo da biodiversidade do Mamirauá em parceria com as comunidades tradicionais e indígenas em 36 áreas protegidas da Amazônia”, concluiu Valsecchi.
G20 e sustentabilidade
Durante a mesma semana, Manaus sediou a reunião do Grupo de Trabalho do G20 sobre Sustentabilidade Climática e Ambiental. O Brasil, que assumiu a presidência do G20 em 1º de dezembro de 2023, destacou três prioridades: combate à fome, pobreza e desigualdades; desenvolvimento sustentável em suas três dimensões (econômica, social e ambiental); e a reforma das instituições de governança global.
Esta foi a primeira vez que o tema da bioeconomia foi discutido multilateralmente no G20, refletindo a liderança brasileira em discussões internacionais sobre desenvolvimento sustentável desde a Cúpula da Terra, em 1992, e a Rio+20, em 2012, até a futura COP-30, que será realizada no Brasil em 2025.
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