Imagens de satélite da NASA revelaram uma dispersão de fumaça “inusitada e intensa” entre Roraima, Amazonas e Pará, reflexo do aumento recente de queimadas na Amazônia.
A agência americana divulgou as imagens nesta segunda-feira (12) em suas redes sociais.
Quanto as imagens, o satélite Aqua da NASA as captou no dia quatro de agosto
As fumaças estavam se concentrando na região de Apuí (AM) e ao sul do Pará.
Além disso, a NASA observou que “plumas triangulares” de fumaça surgiram de áreas de desmatamento. Isso acaba criando um padrão que lembra uma “espinha de peixe” quando visto de cima.
Esse padrão é típico de regiões onde uma estrada principal leva a estradas secundárias, resultando em áreas desmatadas.
“A principal causa de incêndios em julho esteve ligada ao desmatamento ao longo desta fronteira agrícola”, afirmou Doug Morton, cientista da NASA.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma enfrentou seu pior mês de julho em duas décadas, com mais de 11 mil focos de calor registrados.
Manaus sufocada pela fumaça
Nesta segunda-feira (12), Manaus amanheceu encoberta por uma densa nuvem de fumaça, que já persiste há pelo menos três dias.
De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), quase toda a capital está com a qualidade do ar “ruim” ou “muito ruim”. Ao todo, 22 dos 62 municípios do estado enfrentam essa situação.
O governo do Amazonas decretou a proibição do uso de fogo, mesmo com técnicas de queima controlada, por 180 dias.
Para que o ar seja considerado de boa qualidade, os níveis de partículas devem estar entre 0 e 25 µm/m³.
Em Manaus, o bairro Morro da Liberdade registrou alarmantes 81,4 µg/m³, enquanto o bairro Cachoeirinha apresentou um nível moderado de 36,7 µg/m³.
Contudo, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) informou que a nuvem de fumaça é consequência das queimadas no Sul do Amazonas.
Entretanto, a Defesa Civil emitiu alertas sobre incêndios florestais na região metropolitana, exacerbados pela chegada de uma frente fria.
Além disso, não só Manaus mas municípios como Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã são os principais afetados.
Com isso, as intensas queimadas colocaram Manaus entre as cidades com pior qualidade de ar do mundo, segundo o monitoramento da plataforma World Air Quality Index.
Por fim, o governo estadual declarou que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) estão atuando no combate às queimadas, com apoio do Corpo de Bombeiros.
Recorde de queimadas
Em julho, a Amazônia registrou 11.145 focos de queimadas, o maior número para o mês desde 2005, segundo o Sistema Deter do Inpe.
O número representa um aumento de 93% em relação aos 5.772 focos registrados em julho do ano passado e 111% acima da média dos últimos 10 anos (5.272).
No entanto, a situação se agravou nos últimos dias do mês, quando metade dos focos foi registrada.
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