A grave seca que atinge o Brasil em 2024 já alcançou níveis recordes em importantes afluentes do Rio Amazonas, como o Rio Negro e o Rio Solimões, afetando diretamente a fauna, a navegação e a subsistência local.
O fenômeno, descrito como o pior desde o início dos registros em 1950, intensificou-se após dois anos de estiagem severa, atingindo mais de 60% do país, incluindo regiões críticas como o Amazonas e a capital Brasília, que enfrentou mais de 140 dias sem chuva.
Em Manaus, o Rio Negro já mostra níveis historicamente baixos para esta época do ano, com sua vazão caindo 19 centímetros diariamente, conforme dados do Serviço Geológico do Brasil.
A seca expôs vastas áreas do leito do rio e afetou diretamente a biodiversidade da região. A situação no Rio Solimões é igualmente alarmante, com a cidade de Tabatinga registrando o nível mais baixo do rio já documentado, e diversas embarcações encalhadas em bancos de areia.
Impactos da seca
O impacto da seca não se restringe à navegação e ao abastecimento de água. No Lago Tefé, um importante corpo d’água alimentado pelo Solimões, mais de 200 golfinhos morreram no ano anterior devido ao calor extremo e à redução do nível da água, e especialistas temem que este cenário se repita em 2024.
A seca também aumenta o risco de incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal, ampliando ainda mais a crise ambiental.
Os impactos são sentidos de forma severa pela população que depende dos rios para transporte, alimentação e subsistência, com consequências que devem se agravar até novembro, quando são esperadas chuvas que possam reverter parcialmente a situação.
Fatores
Especialistas apontam para uma combinação de fatores que agrava a crise, como o fenômeno climático El Niño, que trouxe temperaturas mais altas e menos chuvas, o aquecimento excepcional do Oceano Atlântico e o desmatamento, que altera os padrões de precipitação.
As mudanças climáticas, alimentadas pela emissão de gases de efeito estufa, também têm papel fundamental na intensificação desses eventos extremos.
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