A seca de 2024 levou a longas filas de caminhões no Porto da Ceasa, na Zona Leste de Manaus, devido aos baixos níveis dos rios. A queda significativa da altura dos leitos fez com que as balsas ficassem inoperantes.
Como consequência ao cenário anterior, o transporte de cargas entre Manaus e Porto Velho Hidrovia do Madeira ficou comprometido. A situação causou um estrangulamento de rodovias, gerando filas de até 14 km de veículos.
Em resposta a essa situação, o gerente regional da (Agência Nacional de Transporte Aquaviários) ANTAQ, João Maria Ferreira Filho, anunciou melhorias no transporte de cargas durante uma visita ao Ceasa.
Medidas emergenciais
Em entrevista à TV Norte, ele revelou que, para mitigar o congestionamento, aplicaram ações emergenciais. Dentre estas, o gerente regional citou a autorização para novas empresas, funcionamento 24 horas e coordenação entre órgãos.
Autorização para novas empresas: Ele mencionou a liberação de mais duas empresas para operar no local. Inclusive, uma delas começará a operar com uma nova embarcação, aumentando a capacidade de transporte de veículos e cargas.
Funcionamento 24 Horas: Ampliaram as operações das embarcações para 24 horas por dia. Antes disso, o horário anterior ia até às 22 horas.
Organização e apoio da PRF: A PRF (Polícia Rodoviária Federal) auxiliou na organização do fluxo de veículos. O objetivo era garantir uma ordem de embarque para caminhões e ônibus.
Comunicação e coordenação: Estabelecimento de uma comunicação efetiva entre diferentes órgãos, como: ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a PRF.
Além disso, a aplicação de nove balsas e a criação de três pontos de embarque e desembarque simultâneos, tanto no Ceasa quanto no Careiro da Várzea, ajudaram na resolução do problema.
Em acréscimo, implementaram melhorias na travessia do Igapó Açú, contribuindo significativamente para otimizar o fluxo de mercadorias e garantir uma operação mais eficiente no transporte aquaviário.
Auxilio de outras empresas
Para resolver essa emergência, o empresário Alcyr Hagge ofereceu seu porto, a Amazon Nave, para auxiliar no escoamento das carretas, sem cobrar nada por isso.
Ele destacou que a navegação está parada e que é importante encontrar uma forma eficiente de permitir a entrada e saída de cargas em Manaus.
Atuação da PRF e manifestação de caminhoneiros
Durante a crise de transporte de cargas em Manaus, Denny Vital, operador do Comando e Controle da PRF, enfatizou a importância de ações coordenadas. Ele ressaltou a articulação entre os órgãos envolvidos.
O operador mencionou que, a partir de ações emergenciais, o trânsito na região começou a fluir com regularidade, transformando uma situação caótica em uma operação com maior eficiência.
Denny também se referiu à manifestação de caminhoneiros de Careiro da Várzea, explicando que as manifestações são legítimas e refletem a busca da população por soluções rápidas e efetivas.
Ele concluiu afirmando que a conexão entre o Ceasa e o Careiro é direta: “Se tivermos problema aqui, teremos problemas no Careiro e vice-versa. A solução que está sendo trabalhada aqui com certeza ajudará a manter o fluxo”.