O advogado Elci Simões Júnior, representante do jovem Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos, procurado pela Polícia Civil por desordem em Manaus, afirmou que os vídeos que circulam na internet, nos quais ele e outros dois jovens exibem armas e ateiam fogo em áreas públicas, são de dois anos atrás.
Simões destacou que, na época, Marcos ainda era “menor de idade, e que, se apurados, os atos seriam considerados infracionais”, não crimes.
O advogado acrescentou que apenas uma arma, a utilizada por Marcos nos vídeos, foi identificada, e pertence a um segurança de uma das empresas do pais do jovem. Marcos relatou estar arrependido e atualmente trabalha com seu pai.
“É bom que se diga, primeiramente, que os vídeos tratam de fatos antigos. São vídeos que foram gravados há cerca de 2 anos. No caso do meu cliente, Marcos Vinicius, ele era menor de idade na época. Isso será uma das teses da defesa. Se o crime tivesse sido apurado na época, não seria crime, mas sim um ato infracional. É um grupo de jovens que comete ‘bobagens’ na adolescência”, disse o advogado.
“Bonde dos Mauricinhos”
Os jovens envolvidos – Enrick Benigno Lima, de 20 anos; Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos; e Pedro Henrique de Carvalho Baima, de 20 anos – estão sendo investigados na operação Sangue Azul, iniciada na última segunda-feira (21).
Todos são filhos de empresários conhecidos em Manaus e devem se apresentar na sede do Primeiro Distrito Integrado de Polícia (DIP) na próxima quarta-feira (30) para depoimentos sobre as atividades criminosas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um dos jovens lançando líquidos em moradores de rua e incendiando áreas de vegetação, enquanto outro disparava para o alto em postes de iluminação.
O advogado de Pedro Henrique, Affimar Cabo Verde, declarou que, “mesmo que os jovens não tenham sido intimados, estão dispostos a prestar esclarecimentos”. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) instaurou um inquérito para investigar o caso.
Por fim, o advogado de Enrick Benigno não se manifestou à imprensa sobre o caso.
Pedido de prisão preventiva
O delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), solicitou à Justiça do Amazonas a prisão preventiva dos jovens, que estão proibidos de deixar o estado. As companhias aéreas estão sendo notificadas pela polícia.
A autoridade afirmou que, após o término do período eleitoral, os jovens poderão se apresentar normalmente, pois as prisões estão suspensas durante o 2º turno das eleições, exceto em casos de flagrante delito ou sentença condenatória de crimes graves.