O nível do Rio Amazonas voltou a subir após o período conhecido como “Repiquete”, uma oscilação temporária que causa a baixa das águas na região. Embora a seca ainda persista na Bacia do Rio Amazonas, as recentes elevações indicam sinais de recuperação nos níveis dos rios da região.
Em Manaus (AM), o Rio Negro, que havia atingido a cota histórica mais baixa de 12,11 metros, apresenta pequenas oscilações diárias, sinalizando uma recuperação gradual.
Especialistas apontam que esse aumento na bacia do rio Amazonas poderá refletir nas próximas semanas, com o restabelecimento das águas, especialmente no nível do rio Negro.
A pesquisadora em geociências Jussara Cury, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), explica que, no caso do monitoramento da estiagem na bacia, há uma fase de estabilização da vazante.
“Sobre o monitoramento da estiagem na bacia do Amazonas e do Rio Negro em Manaus, eles apresentam um processo de estabilidade da vazante. Com o rio parado, com pequenas subidas diárias que indica uma fase de recuperação”, disse Cury.
No entanto, ela alerta que a região ainda enfrenta níveis muito baixos, e as chuvas não têm sido consistentes o suficiente para uma recuperação rápida.
Apesar disso, Jussara esclarece que, devido ao período chuvoso que está se consolidando na região, há uma tendência maior de recuperação dos níveis dos rios.
“Essa contribuição virá das áreas de cabeceira e deve chegar ao Rio Negro na segunda quinzena de novembro”, ressaltou a pesquisadora.
Nível do rio em outras regiões
Em Tabatinga (AM), os níveis do Rio Solimões também registraram um aumento, ultrapassando o patamar de “Nível Mínimo Histórico” e alcançando a classificação de “Normal”, conforme os dados do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM).
Na cabeceira da bacia, o rio Solimões tem apresentado elevações diárias de até 70 centímetros, o que é considerado um bom sinal para a recuperação da bacia.
Em locais como Fonte Boa (AM) e Itapéua (AM), o Solimões continua com pequenas subidas diárias, enquanto em Manacapuru (AM), o rio se mantém estável.
“Isso é muito bom para essa região que estava muito afeta e com níveis baixos. Com essa tendência de subida pode ser distribuído ao longo da calha. Essa contribuição vai chegar na parte média do Solimões e aqui na região do rio Negro, em Manaus”
Além disso, o Rio Madeira, em Porto Velho (RO), e em Humaitá (AM), também tem apresentado subidas regulares, o que aponta para um processo de recuperação na região. Em Porto Velho, as projeções indicam que o nível permanecerá abaixo dos 3 metros até a segunda quinzena de novembro.
Contudo, as projeções indicam que até dezembro a cota deve permanecer abaixo dos 16 m na capital amazonense. A recuperação dos níveis nas bacias do Solimões e Madeira pode impactar o Rio Negro, contribuindo para o aumento das águas nas próximas semanas.