Após a prisão de 20 suspeitos envolvidos em golpes com falsos alvarás, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) orienta a população sobre como se proteger de fraudes e oferece recomendações para evitar cair em outros golpes.

A quadrilha, que agia no Amazonas e no Ceará, fez cerca de 40 vítimas. Durante a ação, a polícia também cumpriu 28 mandados de busca e apreensão.

Os suspeitos, que foram presos, responderão por estelionato qualificado, fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Golpes dos falsos alvarás

De acordo com Gabriella Soares, vice-presidente da Comissão de Crimes Cibernéticos da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), os criminosos exploram a ansiedade das vítimas para aplicar golpes como os dos falsos alvarás.

“É importante sempre entrar em contato com o próprio advogado, porque, se entrarem em contato por mensagem ou ligação, normalmente não será o número do advogado. É preciso desconfiar”, alertou.

Entre as principais orientações da OAB-AM para evitar cair nesse tipo de golpe, está o contato direto e imediato com o advogado responsável pelo processo. Portanto, Gabriella enfatiza que qualquer questão relativa às taxas processuais deve ser tratada pessoalmente.

“Geralmente, qualquer taxa é tratada antes e pessoalmente. Não se deve condicionar o pagamento de uma taxa ao recebimento de valores. Isso não acontece, e é nesse momento que você percebe que se trata de um golpe. Nenhum advogado vai solicitar o pagamento de taxa para liberar um alvará”, destacou.

Atuação dos criminosos

A advogada também frisou que as vítimas devem estar atentas ao modus operandi dos golpistas, que utilizam documentos falsos e manipulação para induzir o pagamento.

A atuação conjunta da polícia e da OAB busca não apenas responsabilizar os criminosos, mas também conscientizar a população sobre os cuidados necessários.

Gabriella orienta que os cidadãos devem esclarecer qualquer dúvida diretamente com o advogado ou procurar as seccionais da Ordem, que estão prontas para prestar auxílio.

Vítimas

Uma das vítimas do golpe é a advogada Sarah Serruya, que teve seu nome clonado para dar aparência de legitimidade à fraude.

Advogada Sarah Serruya – Foto: Redes Sociais

De acordo com a advogada, os criminosos acessam aos sistemas do Tribunal de Justiça e utilizaram dados disponíveis na internet, para aplicar o golpe.

“Usaram o nome do meu escritório e abordaram os clientes garantindo que eles receberiam um valor judicial que já estava para ser liberado por alvará. No entanto, pediam que pagassem uma taxa antecipada. Os clientes, necessitando do dinheiro e confiando na promessa, acabam pagando e caindo no golpe”, explicou Sarah.

Ela revelou que sete clientes de seu escritório foram vítimas, sendo que o maior prejuízo individual foi de R$ 3.500. No total, o grupo criminoso causou um prejuízo próximo a R$ 20 mil.

“É uma situação triste porque isso afeta a nossa credibilidade. Os clientes acreditam que somos nós, e isso prejudica nossa reputação”, lamentou.

Como proceder

As vítimas de crimes cibernéticos podem buscar atendimento na Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc).

Em Manaus, a DG fica localizada nas dependências da Delegacia Geral (DG), na avenida Pedro Teixeira, 180, bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste da capital.

O próximo passo é registrar um Boletim de Ocorrência (BO) e, em seguida, entrar em contato com o banco. Também é importante acessar o site do Banco Central, onde está disponível um mecanismo específico para solicitar a devolução dos valores perdidos.