A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) cumpriu mais de 20 mandados de prisão nesta terça-feira (26) em Manaus. Um grupo criminoso se passava por advogados para aplicar o “golpe do falso alvará”.

Mais de 40 pessoas foram vítimas do grupo criminoso, segundo a PC-AM. As investigações começaram em abril deste ano, após o recebimento de ao menos 14 denúncias. Uma das vítimas é a advogada Sarah Serruya que teve o próprio nome e o escritório utilizados indevidamente pela quadrilha.

Como os criminosos agiam no golpe do alvará

Nos golpes, a organização agia por mensagens de aplicativo e usava processos reais que corriam na justiça. Segundo a polícia, os criminosos se passavam por representantes do escritório jurídico que cuidava do processo e afirmavam que o caso estava “em fase de liberação”, usavam alvará falso e tinham acesso a decisões judiciais e aos dados dos advogados dos clientes.

Quando as vítimas retornavam o contato, para receber o valor do ganho de causa, a quadrilha pedia um depósito. Os valores variavam entre R$ 300 e R$ 9 mil.

Sobre a operação 

A ação contou com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) e da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Os mandados são cumpridos nas cidades de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba, todas no Ceará. Também foi determinado o bloqueio de 184 contas bancárias ligadas à quadrilha.

Segundo a polícia, a suspeita é de que a organização agia no Ceará e enganava clientes de advogados em todo o Brasil. Até o momento, os casos identificados foram registrados em Manaus.

Os investigados poderão responder por estelionato qualificado, pela fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem receber penas de até 26 anos de prisão.

Falsos alvarás: OAB alerta a população sobre golpes e fraudes

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) orienta a população sobre como se proteger de fraudes e oferece recomendações para evitar cair em outros golpes.

De acordo com Gabriella Soares, vice-presidente da Comissão de Crimes Cibernéticos da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), os criminosos exploram a ansiedade das vítimas para aplicar golpes como os dos falsos alvarás.