Desde a unificação da gestão do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e do Instituto da Mulher Dona Lindu, formando o Complexo Hospitalar Zona Sul, a decisão tem gerado diversas críticas.

A mudança tem sido questionada por profissionais da saúde e pela comunidade, que apontam desafios no atendimento e na organização dos serviços prestados. O local passou a ser administrado pela Organização Social Agir, de Goiás.

No dia 2 de dezembro, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) havia suspendido o processo licitatório para a contratação da Organização Social (OS).

Conforme as cooperativas médicas, a nova gestão do Hospital 28 de agosto assumiu com um pagamento adiantado de R$ 31 milhões.

No entanto, os profissionais do local continuam com salários atrasados desde setembro.

Abandono de serviço

Em entrevista à TV Norte Amazonas, Ana Antony Hoagen, vice-presidente do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITOAM), destacou que os boatos sobre a equipe ter abandonado os serviços no hospital não são verdadeiros.

Os profissionais do local continuam com salários atrasados desde setembro – Foto: Reprodução

“Disseram que abandonamos o serviço, mas isso é uma inverdade. A equipe nova começou a atuar esta semana, mesmo sem o devido credenciamento do CRM Regional”, afirmou Ana Antony Hoagen.

Ela também ressaltou que novas equipes chegaram recentemente, mas continuam incompletas e atuando de maneira inadequada.

Além disso, a quantidade de médicos no hospital é insuficiente para atender a demanda de pacientes.

“A saúde do Amazonas tem um ritmo que não pode ser interrompido de uma hora para a outra. O que está acontecendo agora, ocorre como resultado da falta de transição, e eles — a nova gestão — não sabem como lidar com os pacientes”, concluiu Ana.

Nova gestão do 28 de agosto

Ademais, Ana Antony Hoagen revelou que a secretária de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, afirmou que os médicos poderiam ser contratados pela nova gestão.

Contudo, ela alega que os profissionais se recusaram a assinar os contratos.

“Nós não fomos contatados, não teve período de transição. A Organização Social (OS) assumiu sem data definida, inicialmente disseram que seria no dia 12 de dezembro e depois mudaram para o dia 1º. A OS entregou os contratos antes do dia 1º, com a exigência de assinatura até o final do dia, mas esse tipo de contratação não existe”, explicou.

Além disso, os médicos e empresas que prestavam serviços no hospital estão sem receber desde setembro.

“Quando houve essa mudança de empresa, questionamos como seria possível contratar uma nova sem quitar os débitos com a anterior. Todos os envolvidos estão sem pagamento, mesmo após o gasto de R$ 31 milhões”, completou.