O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Joe Biden, anunciou neste domingo (17) um aporte adicional de US$ 50 milhões (R$ 289,5 milhões) ao Fundo Amazônia, destinado à conservação da floresta no Brasil.
A contribuição eleva para US$ 100 milhões o total de recursos destinados pelos americanos, mas depende da aprovação do Congresso. O fundo, gerido pelo BNDES, já recebeu dos EUA depósitos de US$ 3 milhões, em dezembro de 2023, e US$ 47 milhões, em agosto de 2024.
“Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, o que elevará as contribuições totais dos EUA para o Fundo Amazônia para US$100 milhões, sujeito à notificação do Congresso”, afirmou a Casa Branca, em comunicado.
Esse novo compromisso complementa os US$ 50 milhões anunciados por Joe Biden ao Fundo Amazônia em fevereiro de 2023, durante a visita de Lula a Washington.
Na época, o governo brasileiro considerou o valor abaixo das expectativas. Posteriormente, Biden prometeu destinar até US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia ao longo de cinco anos, mas sua administração termina em janeiro de 2025, quando Donald Trump assumirá a presidência, o que pode mudar a política ambiental americana.
Biden visita Manaus e destaca medidas de conservação
A visita de Biden a Manaus, a maior cidade da região amazônica, marca a primeira vez que um presidente dos EUA em exercício realiza tal deslocamento.
A agenda incluiu um sobrevoo pela floresta, visita ao Museu da Amazônia (Musa) e encontros com lideranças indígenas e pesquisadores.
No Musa, localizado na reserva Adolpho Ducke, Biden também anunciou a consolidação do compromisso dos EUA com o financiamento climático internacional, que atingirá US$ 11 bilhões anuais até 2024, tornando o país o maior financiador bilateral dessa área no mundo.
Além do apoio ao Fundo Amazônia, Biden destacou iniciativas como a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, com suporte do BTG Pactual e parceiros para mobilizar US$ 10 bilhões até 2030, e aportes para projetos de reflorestamento, como o desenvolvido pela Mombak Gestora de Recursos.
O presidente também oficializou o 17 de novembro como Dia Internacional da Conservação nos Estados Unidos.
Crise climática afeta fortemente a Amazônia
A passagem por Manaus ocorre em um cenário de crise climática severa. A seca extrema registrada entre 2023 e 2024 impactou 850,9 mil pessoas no Amazonas, dificultando a navegação e isolando comunidades ribeirinhas.
O prolongamento do El Niño, o aquecimento do Atlântico Norte, o desmatamento e as queimadas intensificaram a situação. Dados da Defesa Civil apontam que os 62 municípios do estado permanecem em alerta devido ao nível crítico dos rios.
Após Manaus, Biden segue ao Rio de Janeiro para participar da cúpula do G20, onde deve aprofundar o diálogo com o presidente Lula.
No entanto, as lideranças indígenas e os cientistas presentes no encontro em Manaus alertaram para a gravidade da crise climática enfrentada pelo bioma, uma realidade que o curto período da visita presidencial não reflete completamente.