A Amazônia enfrenta um grave problema de ocupação ilegal de terras protegidas com a presença de fazendas.

De acordo com o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Mãe Crioula, mais de 20 mil fazendas estão sobrepostas a terras indígenas e unidades de conservação na região.

Fazendas na Amazônia

A análise dos dados do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) revelou que 8.610 dessas propriedades estão situadas em terras indígenas, enquanto 11.866 invadem unidades de conservação. Estados como Pará, Maranhão e Mato Grosso lideram os casos de sobreposição.

  • Pará: A Terra Indígena Cachoeira Seca, com 734 mil hectares, registra 530 propriedades ilegais.
  • Maranhão: A Terra Indígena Porquinhos dos Canela sofre com 487 sobreposições.
  • Mato Grosso: No território Apiaká do Pontal e Isolados, há 134 imóveis em situação irregular.

Essas áreas, que deveriam ser preservadas, enfrentam desmatamento e exploração ilegal de madeira, resultando em conflitos diretos com as populações indígenas.

A situação é ainda mais crítica nas unidades de conservação. Mais de 11,8 mil propriedades ilegais foram identificadas, sendo o Pará novamente o estado com maior número de registros (4.489). As áreas mais afetadas incluem:

  • APA do Tapajós: Com 978 propriedades ilegais.
  • Flona do Jamanxin: Totaliza 489 imóveis sobrepostos.

No Amazonas, o Parque Nacional dos Campos Amazônicos e a Flona de Aripuanã também estão entre as mais prejudicadas, impulsionadas pela grilagem de terras e exploração madeireira.

Grilagem cresceu em 313%

Entre 2018 e 2023, os registros de grilagem na Amazônia aumentaram mais de 300%. No Pará, 35 ocorrências foram registradas em 2023, enquanto Roraima contabilizou 33. Entretanto, estados como Amazonas revelam lacunas na fiscalização, com apenas seis casos reportados no período.

Com informações do Metrópoles