Indígenas de dez etnias ocupam a sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), em Belém, desde terça-feira (14), em manifestação para exigir diálogo com o governo estadual.
O grupo, com mais de cem participantes, reivindica a revogação da Lei Estadual 10.820, que mantém o Sistema Modular de Ensino (Some), essencial para comunidades indígenas, ribeirinhas e do campo, além da saída do atual secretário de Educação, Rossieli Soares.
Indígenas realizam manifestação no Pará
A manifestação conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), que denuncia a intenção do governo de substituir as aulas presenciais por ensino a distância (EAD).
“O Governo do Pará quer implantar EAD em comunidades que sequer possuem energia elétrica ou internet, o que é uma afronta à realidade dessas populações”, informou o sindicato.
Os manifestantes ressaltam que a maioria das comunidades indígenas no estado carece de infraestrutura básica para a implementação do EAD, tornando a medida inviável.
Até o momento, os representantes indígenas aguardam uma resposta oficial da secretaria.
Resposta da Seduc
Em nota, a Seduc alegou que o grupo entrou na sede da secretaria sem solicitação prévia de audiência, arrombando o portão na manhã de terça-feira.
A secretaria negou que o Some será encerrado e garantiu a continuidade do programa. Além disso, ressaltou que a remuneração de professores em áreas remotas chega até R$ 27 mil.
Ainda conforme a Seduc, o Pará possui o segundo melhor salário inicial do país para professores.
“Eles possuem valores que chegam a R$ 8.289,89, além de um auxílio-alimentação de R$ 1,5 mil. O estado também paga o maior salário médio aos docentes, conforme dados do Inep, alcançando R$ 11.447,48, 250% acima do piso nacional”, diz a nota.