Um cão da raça American Bully foi morto a facadas e pauladas na noite da última terça-feira (29), em Epitaciolândia, Acre, após uma briga com um cachorro vizinho.
O tutor do animal, o empresário Jaaziel Pupio, registrou um boletim de ocorrência por maus-tratos e acusa a funcionária pública Tania Souza, que afirma ter agido em legítima defesa. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do município.
Pupio, que possui um pet shop na cidade, relatou que Kolbi, seu cão, e o animal da vizinha costumavam se envolver em brigas através de uma cerca. De acordo com ele, o cachorro vizinho frequentemente entrava em seu quintal em busca de ração.
Na noite do incidente, os cães brigaram novamente. Ao tentar separar os animais, Pupio disse ter visto um adolescente de 16 anos, filho de Tania, atacando Kolbi com uma faca.
“A gente viu tudo. Eu vi ele dando as facadas. O cachorro dela já estava do lado de lá, e o filho dela esfaqueava o meu cachorro. O meu cachorro é tão dócil que saiu andando, e o filho dela o seguia, esfaqueando. Ele não reagiu para mordê-lo, porque meu cachorro não morde ser humano. Eu boto minha mão no fogo porque ele foi bem criado. Eu queria pular para o quintal dela, mas minha mãe não deixou, porque eles estavam armados e ficou com medo. O cachorro [Kolbi] estava todo ensanguentado. Ela pegou uma perna-manca e, rindo, disse: ‘É isso que eu queria, ele aqui do meu lado. Vou acabar de matar ele’. Ela deu dois golpes no meu cachorro com a perna-manca, e todo mundo estava vendo”, relatou Pupio ao G1.
Histórico de conflitos do animal
De acordo com Pupio, o desentendimento atual com a vizinha é uma continuação de um conflito anterior, que ocorreu após uma briga entre Kolbi e outro cachorro de Tania, que morreu em 2022.
Na ocasião, Tania confirmou que o cachorro dela feriu Kolbi, enquanto Pupio teria ajudado a cuidar do animal ferido. Em contrapartida, Tania confirmou ter agredido Kolbi, mas justificou sua ação afirmando que o cachorro havia atacado seu filho.
A servidora pública nega que o cão tenha sido morto a facadas, alegando que Kolbi foi expulso de seu quintal, no Acre, sem ferimentos graves.
“O cachorro voltou para a casa do dono, com as pernas abertas, vivo, e não estava como nas fotos que vi. Já ouvi vários comentários e versões de que ele foi esfaqueado, mas isso não aconteceu dentro do meu quintal. Não sei o que ocorreu depois que foi retirado. Sou uma mãe de família e jamais sairia da minha cama, do meu lar, do meu descanso, depois de um dia exaustivo de trabalho, quase meia-noite, para atacar um cachorro no quintal do vizinho. Além disso, ele é um homem muito mais forte que eu. Será que, com tanta agressividade, ele deixaria eu fazer isso com o cachorro, esfaqueá-lo, assistir a tudo, filmar e não fazer nada? Há muitas coisas que não são verdade”, disse.
Investigação policial
O delegado Eustáquio Nomerg confirmou que uma equipe policial e um perito criminal foram ao local do incidente.
Conforme a Lei 14.064/2020, a pena para maus-tratos a animais domésticos pode variar de 2 a 5 anos de prisão. Essa pena pode aumentar em até um terço se resultar em morte. O corpo do animal foi periciado para determinar as circunstâncias do ocorrido.
“Um inquérito policial foi instaurado para apurar minuciosamente o caso, e a investigação prosseguirá para coletar todas as evidências necessárias”, informou o delegado.
*Com informações do G1