A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, declarou que o banco vai suspender o consignado do Auxílio Brasil.
A declaração foi feita durante a sua cerimônia de posse na presidência da estatal, realizada nesta quinta-feira (12).
Os motivos para o fim do crédito consignado do benefício, segundo a nova gestora, são dois: o primeiro é que haverá uma revisão das pessoas cadastradas.
“O Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem ficará nesse cadastro”, afirmou a presidente da Caixa.
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Já a segunda razão, de acordo com a nova presidente da Caixa, é pela alta dos juros consignados.
“E a outra razão é que os juros consignados para essa modalidade são muito altos”, disse.
No entanto, Rita Serrano não definiu a data para o fim do consignado do Auxílio Brasil.
Como funciona o consignado da Caixa
O consignado do benefício foi criado, em 2022, por meio de uma medida provisória, que recebeu a aprovação do Congresso Nacional e foi sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pelo texto, as famílias que recebiam o benefício poderiam autorizar que a União descontasse dos repasses mensais do programa os valores referentes aos empréstimos.
Ou seja, as famílias que decidiram contratar o empréstimo não receberam o valor completo do Auxílio Brasil até o fim do prazo do consignado, já que as parcelas eram descontadas por mês diretamente no valor do benefício. Com os juros, o dinheiro debitado é maior que a quantia que foi emprestada.
O empréstimo pode ainda ser dividido em até 24 vezes e a taxa máxima de juros permitida para o consignado em benefícios do Programa Auxílio Brasil é de 3,5%.
Além disso, o percentual máximo de desconto do benefício é de 40%.
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Um novo programa, o Desenrola Brasil, está sendo “desenhado” pelo Ministério da Fazenda para renegociar o crédito consignado, segundo a presidente da Caixa.
“Esse desenho ainda não está pronto. Estamos discutindo várias hipóteses. Acredito, pelo ritmo que está indo, talvez até o começo de fevereiro o Ministério da Fazenda tenha um desenho disso”, afirmou.
“Nós e o Banco do Brasil estamos participando de diversas reuniões que contribua no sentido de diminuir os endividados. Uma população muito grande, principalmente a que ganha menos 2 salários mínimos”, completou a gestora.
Na semana anterior, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, destacou que os endividados dos empréstimos do Auxílio Brasil serão incluídos no programa.