Uma manifestação de indígenas está prevista para ocorrer na Esplanada dos Ministérios e deve fechar, parcialmente, o local nesta quarta-feira (8).
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A atividade ocorre após um mês da ocorrência dos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, quando extremistas atacaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O caso dos Yanomamis e a crise humanitária evidenciam a importância da discussão acerca da proteção desses povos e a responsabilidade do governo.
Na terça (7) foi comemorado o Dia da Luta dos Povos Indígenas e a manifestação aborda a luta.
Manifestações e intervenções
A passagem de veículos deve ser bloqueada logo após a rodoviária do Plano Piloto, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Ainda conforme a corporação, o bloqueio para manifestantes começa próximo ao Congresso a partir da avenida José Sarney, um pouco à frente da metade da Esplanada.
A manifestação ocorre próximo ao Ministério da Saúde e, até o momento, segue de maneira pacífica.
Ainda não há mais informações sobre a previsão de reabertura da Esplanada após a manifestação.
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Pautas das manifestações
Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) afirmou que os povos indígenas Pataxó, Pataxó Hãhãhe e Tupinambá organizaram, nesta quarta-feira, uma manifestação pacífica. Cerca de 150 indígenas da região do extremo sul da Bahia participaram da marcha no Eixo Monumental em direção ao Palácio do Planalto.
O principal objetivo era pressionar e pedir um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As lideranças indígenas vieram denunciar também a violência que avança sob seus territórios, que aumentou nos últimos dias, resultando no assassinato de dois jovens indígenas na região.
Os povos indígenas cobraram ações imediatas, para garantir a segurança e a efetivação da demarcação de seus territórios.
“Por entender que suas reivindicações compreendem outros ministérios para além do Ministério dos Povos Indígenas, a marcha tem ainda o intuito de solicitar um encontro com os demais ministros para reivindicar ações integradas do governo federal”, destaca a nota do MPI.
Caso Yanomami e luta indígena
A crise humanitária em terras Yanomami evidencia o descaso em relação aos povos indígenas no último governo.
Em 2022, a Amazônia teve número recorde de desmatamento em 15 anos e o garimpo ilegal em terras indígenas se agravou drasticamente.
Além dos problemas ambientais, há também os problemas sanitários relacionados a essa atividade, já que os invasores trazem doenças como verminose e leishmaniose aos povos nativos.
A presença dos invasores e suas atividades na região também contribui com a incidência de distúrbios neurológicos relacionados ao mercúrio.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou na terça (7) a preocupação com a disseminação de doenças nas proximidades das terras Yanomami, com a saída desses garimpeiros.
Conforme a pasta, o caso Yanomami trata de uma crise múltipla, sendo cultural, humanitária, ambiental e sanitária e traz à tona o abandono dos povos indígenas, ainda reflexo do último governo.