O ex-interventor federal Ricardo Cappelli afirmou, nesta quinta-feira (9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o líder dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro em Brasília.
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Em suas redes sociais, Cappelli não mencionou o nome do ex-presidente, mas destacou que o líder dos ataques “passou quatro anos atacando as instituições democráticas. Qual a dúvida?”.
Intervenção federal no DF
Em resposta às invasões e depredações promovidas por terroristas no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula decretou, no mesmo domingo dos atos (8), a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.
Lula nomeou Cappelli como interventor federal. O objetivo era manter a ordem na capital do país.
“Não tem precedente na história do nosso país. Não existe precedente o que essa gente fez e por isso essa gente terá que ser punida”, afirmou Lula ao assinar o decreto de intervenção.
Foram 23 dias de intervenção federal na segurança pública do DF.
O interventor ficou responsável para apurar o que ocorreu no dia 8 de janeiro e também como se deu a organização dos atos, além de fortalecer a segurança da Esplanada dos Ministérios.
Segundo o relatório final de Cappelli, ficou evidente que houve falha operacional das forças de segurança no dia dos atos golpistas.
Além disso, Cappelli destacou que o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército foi essencial para a realização dos atos antidemocráticos. “Minicidade golpista. […] É importante ressaltar a centralidade do acampamento”, destacou.
Com o fim da intervenção, no dia 31 de janeiro, Cappelli voltou para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No entanto, a responsabilização dos culpados não acabou.
A Operação Lesa Pátria, realizada pela Polícia Federal, vai continuar punindo os participantes, envolvidos e financiadores dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.
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Atos antidemocráticos realizados por apoiadores de Bolsonaro
A organização dos atos criminosos começou durante o fim de semana dos dias 7 e 8 de janeiro.
Diversos ônibus chegaram ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no sábado (7) e domingo (8).
No domingo, às 14h, os criminosos percorreram 8km até a Praça dos Três Poderes, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Os vândalos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Destruíram obras de arte, móveis, quebraram espelhos, vidros e janelas, depredaram computadores e roubaram armas.
Além disso, segundo o Sindicato dos Jornalistas do DF, cerca de 16 jornalistas foram agredidos ou tiveram seu material roubado pelos criminosos.