O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou, nesta quinta-feira (9), para os Estados Unidos, onde vai se encontrar com o presidente Joe Biden.
Lula embarca para os Washington às 10h da Base Aérea de Brasília e chega às 16h30 na capital dos EUA.
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A visita à Casa Branca vai ocorrer na sexta-feira (10). O encontro marca a reaproximação entre os governos, após a relação conturbada entre Biden e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A trajetória semelhante dos dois governantes, já que ambos derrotaram nas urnas candidatos de extrema direita, e assumiram o poder sob boatos de fraudes eleitorais e golpes, faz com que o encontro seja de grande simbolismo.
Lula e Biden já conversaram, por telefone, em outras duas oportunidades, quando Lula foi eleito e após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Em agenda, os dois irão discutir pautas voltadas para a democracia, direitos humanos e meio ambiente. A programação da agenda, no horário de Brasília, é a seguinte:
- Quinta-feira (9/2)
18h – Chegada à Base Área Saint Andrews;
- Sexta-feira (10/2)
12h30 – Encontro com senador Bernie Sanders, na Blair House;
13h15 – Encontro com deputados e deputadas do partido Democrata, na Blair House;
14h – Encontro com representantes da Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO);
17h30 – Encontro com presidente Joe Biden, na Casa Branca;
- Sábado (11/2)
12h30 – Retorno de Lula ao Brasil;
Desafio compartilhado
Ao assumir o poder após figuras extremistas de direita, como Bolsonaro e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, ambos os governos enfrentam o desafio de defender a democracia.
Além disso, ambas as agendas têm assuntos convergentes como a prioridade nas pautas climáticas e de meio ambiente.
Biden durante sua campanha eleitoral em 2020 demonstrou publicamente o interesse em criar um fundo internacional para a preservação da Amazônia.
Não há previsão de fechamento de acordos entre os governos, já que o encontro marca a união dessas figuras no combate à oposição de extrema direita.
No entanto, a cooperação entre os governos pode resultar futuramente em acordos e oportunidades para negócios.
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Situação geopolítica do encontro
O posicionamento de Lula em favor de uma aproximação com os EUA, conta também com o desafio de não se posicionar contra Rússia e China.
O presidente Lula deve ser convidado por Biden para participar em março da Cúpula pela Democracia e dificilmente poderá negar o convite, o que pode desagradar a China que vive em regime autoritário e que não participa da reunião.
Outro assunto que pode fazer com que Lula pise em ovos com Biden, é a criação de um “Clube da Paz” para mediar a relação entre Rússia e Ucrânia, propondo que os países do Sul global não declarem apoio explícito para nenhum dos lados.
Mas os americanos recusam essa versão de que o território da Ucrânia tenha sido invadido pela Rússia e que portanto ela tem total responsabilidade no desenvolver do conflito.
Entre assuntos que podem ser discutidos e que são de interesse do presidente Lula estão: a questão da Venezuela e Cuba, na qual o governo brasileiro é crítico às sanções do governo americano e crise na fronteira dos EUA. Lula não concorda com a maneira extensiva em que vários brasileiros são deportados do território americano.
A agenda enxuta e curta, marca a viagem “política” de Lula a Biden para estabelecer laços e construir alianças.
Além disso, marca a volta da multilateralidade do Brasil e a articulação de Lula para conseguir apoio e simpatizantes de maneira global.