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Pobreza infantil: Amazonas está entre estados com maior índice do Brasil

Pobreza extrema: imagem de palafitas em Manaus mostra situação de uma parcela da população - Foto: Alberto César Araújo/Estadão Conteúdo

Pobreza extrema: imagem de palafitas em Manaus mostra situação de uma parcela da população - Foto: Alberto César Araújo/Estadão Conteúdo

O Amazonas está entre os sete estados com maior quantidade de crianças e adolescentes em situação de pobreza multidimensional no Brasil.

É o que evidencia pesquisa apresentada pelo Unicef na terça-feira (14).

Em todo o país, existem 32 milhões de crianças e adolescentes, 63% do total desses jovens, vivendo na pobreza em sete dimensões sociais: trabalho infantil (com dados até 2019), moradia, água, saneamento e informação (com informações até 2020), e renda e educação (com dados até 2021).

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Só no Amazonas, são cerca de 1.2 milhão de crianças e adolescentes inseridos nas múltiplas dimensões da pobreza, representando 88,3% do total de jovens amazonenses.

Ao Portal Norte, Ida Pietricovsky, especialista de comunicação do Unicef no Brasil, explicou que, no caso do Amazonas, não foram contabilizadas as crianças e adolescentes indígenas, quilombolas e ribeirinhos, já que o estudo foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019.

Um dos setores mais críticos para o Amazonas é a moradia. No Brasil, cerca de uma a cada dez crianças vive em moradia inadequada.

E no Amazonas, assim como Amapá e Roraima, estão concentrados os maiores indicadores de habitação irregular, ultrapassando a marca de 20%.

Na dimensão de água, AM também apresenta resultado preocupante.

Ao lado do Maranhão, o estado fica acima de 19% dos jovens com privação de água.

Amazonas é o último em acesso à informação para crianças e adolescentes, mas o estudo pontua que o acesso a essas tecnologias é ainda muito desigual em todo o país.

Confira a posição do Amazonas entre as 27 unidades da federação em cada setor dimensional da pesquisa para crianças e adolescentes:

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7 dimensões da pobreza infantil

Esses setores são analisados, pois, segundo Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do Unicef no Brasil, a pobreza na infância vai além da renda.

É estar fora da escola, sem acesso à água e saneamento ou falta de alimentação adequada.

De acordo com a agência da ONU, a pobreza multidimensional, derivada de vários setoriais sociais, impactou ainda mais quem já vivia em grupos e regiões com situações vulneráveis, como negros e indígenas, e moradores do Norte e do Nordeste.

“Os desafios são imensos e inter-relacionados. Para reverter esse cenário, é preciso políticas públicas que beneficiem não só as crianças e os adolescentes diretamente, mas também mães, pais e responsáveis, especialmente os mais vulneráveis”, afirma Liliana Chopitea na nota divulgada pelo Unicef.

O Portal Norte também entrou em contato com a assessoria do governador Wilson Lima (União Brasil) para saber quais são os planos da gestão para reverter esse quadro. Mas não obteve resposta até o momento.

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