A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou em suas redes sociais que “saber quem mandou matar Marielle é um dever da democracia”.
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A ministra e irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018, cobrou por justiça, nesta terça-feira (14), data que marca cinco anos do assassinato da parlamentar.
Em uma sequência de tweets com uma série de fotos da vida das duas irmãs, a ministra explicou como foram os últimos cinco anos.
“Cinco anos de saudade, luta, busca por justiça sobre um crime político que ecoou mundo afora, de uma mulher, negra, mãe, bissexual, defensora dos direitos humanos”, afirmou.
Para Anielle, esta é a primeira vez que um governo está comprometido com o andamento das investigações.
“Em 5 anos, essa é a primeira vez que o governo está realmente comprometido com justiça pelo caso”, enfatizou.
A ministra destacou que o dia 14 de março será o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça.
O objetivo da criação da data, segundo o projeto de lei já assinado pelo presidente Lula (PT), é “conscientizar a sociedade a respeito das violências sofridas pelas mulheres no ambiente político, em especial, mulheres negras”.
O projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados. Abaixo, confira o PL 1086/2023 na íntegra.
Assassinato de Marielle
Marielle Franco, então vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi assassinada com cinco tiros na cabeça depois de participar de um evento na Lapa, em 14 de março de 2018.
Ela e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, foram alvejados, por volta das 21h30 na região central da cidade.
A assessora de Marielle, que também estava dentro do carro, foi atingida por estilhaços. A vereadora estava no banco de trás do carro.
A parlamentar foi eleita com 46.502 votos. Durante 2018, Marielle presidiu a Comissão de Defesa da Mulher na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
A política era relatora de comissão para investigar a intervenção federal no Rio de Janeiro.
“Marielle lutou em vida por um fazer político plural, diverso e democrático. Seu assassinato é um retrato de um contexto de violência contra corpos de mulheres negras em todo o país. Seu legado fala por si só”, destaca o texto do PL.
Até o momento, as investigações não identificaram o mandante do assassinato de Marielle Franco. O caso foi marcado por trocas de delegados.
No entanto, os executores foram identificados e estão em penitenciárias aguardando o julgamento, ainda sem data.
O policial militar reformado Ronnie Lessa (acusado de ter feito os disparos) e o ex-PM Élcio de Queiroz (que supostamente dirigia o carro que perseguiu as vítimas) foram presos, mas negam participação no crime.
Outras manifestações
Além de Anielle Franco, o presidente Lula pediu um minuto de silêncio antes do início da reunião com os ministros, nesta terça (14), no Palácio do Planalto.
Em suas redes sociais, Lula afirmou que quer reforçar o compromisso com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para descobrir quem foi o mandante do assassinato de Marielle Franco.
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, se manifestou em suas redes sociais e destacou que “tentaram matar Marielle, mas sua voz se multiplicou”.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que descobrir quem mandou matar Marielle representa “um futuro digno e sem violência”.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que é “uma honra” trabalhar ao lado de Anielle Franco em busca de um Brasil mais seguro.
Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, agradeceu o trabalho e a vida de Marielle Franco e destacou que continua semeando o que a vereadora começou.
O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, foi um dos primeiros parlamentares a se manifestar nas redes sociais e destacou que “a motivação política é inquestionável”.