O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou neste sábado (22), que nunca igualou responsabilidades de Rússia e Ucrânia ao comentar a guerra no leste europeu, que já dura mais de um ano.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Lula deu declarações após participar de reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo.
“Eu nunca igualei os dois países, porque eu sei o que é invasão, eu sei o que é integridade territorial. Todos nós achamos que a Rússia errou. E já condenamos em todas as decisões da ONU. Mas a guerra já começou e é preciso parar a guerra. E para parar a guerra tem que ter alguém que converse e o Brasil está disposto”, disse o petista em Portugal.
Lula disse ainda que não vai visitar a Rússia e nem a Ucrânia enquanto não houver um clima de construção de paz.
O petista afirmou, no entanto, que no momento nenhum dos dois países querem parar a guerra.
Segundo ele, é preciso encontrar uma solução “política e negociada”.
“No caso da guerra, a Rússia não quer parar, a Ucrânia não quer parar […]. É melhor encontrar uma saída em uma mesa do que continuar tentando encontrar uma saída no campo de batalha”, declarou.
RELACIONADAS
+ Presidente Lula inicia compromissos oficiais em Lisboa neste sábado
+ Direitos Humanos: Brasil e Portugal assinam dois acordos bilaterais
+ Na Europa, Lula visita Portugal e Espanha para retomar relações
Ao lado do presidente de Portugal, durante uma entrevista, o petista foi questionado por uma jornalista portuguesa.
O questionamento foi se Lula mantinha a posição de que a União Europeia está contribuindo para a guerra na Ucrânia.
O presidente do Brasil, então, afirmou que quem não fala em paz contribui para a guerra.
“Veja, se você não fala em paz, você contribui para a guerra. Eu vou te contar um caso: o chanceler Olaf Scholz foi ao Brasil e foi pedir para que o Brasil vendesse os mísseis para que ele doasse à Ucrânia. O Brasil se recusou a vender os mísseis, porque, se a gente vendesse os mísseis e esses mísseis fossem doados à Ucrânia, e esses mísseis fossem utilizados e morresse um russo, a culpa seria do Brasil. O Brasil estaria na guerra. E o Brasil não quer participar da guerra. O Brasil quer construir a paz”, declarou o presidente Lula.
Ainda sobre o tema, o petista voltou a dizer neste sábado que o Brasil “condena” a violação à integridade territorial da Ucrânia promovida pela Rússia.
“O meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia. Defendemos uma solução política e negociada para o conflito. Precisamos criar um grupo de países que se sentem à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, afirmou.
“A guerra não constrói absolutamente nada. A guerra só destrói. E eu não acho correto as pessoas ficarem em guerra”, emendou Lula.
Outros temas
Lula também pregou o combate ao extremismo, à desinformação e ao desmatamento ilegal.
“No Brasil, a gente vai criar uma certa regulamentação para evitar a disseminação da mentira na internet. É uma obrigação nossa lutar contra a desinformação, para isso precisamos de uma governança eficaz, que leve em consideração também a responsabilidade de empresas de tecnologia em combater conteúdos ilícitos”, disse.
“O Brasil será implacável no combate ao crimes ambientais. Vamos zerar o desmatamento até 2030, [e agir] contra o garimpo e contra os que atentam contra os povos indígenas”, acrescentou Lula.