Em coletiva à imprensa nesta terça-feira (2), o ministro da Justiça Flávio Dino voltou a falar sobre a regulação das redes sociais, após notificação do Google e Meta por atuação contrária ao Projeto de Lei (PL) 2630, relativo às Fake News.
Após a análise de publicações, o ministro reitera que a medida não é exigência não do governo, mas sim do tempo em que estamos.
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“A regulação não é uma proposta do governo e sim uma exigência do nosso tempo. A constituição opera e exige que haja regulação nos termos do artigo 222 da Constituição Federal”, afirmou.
Além disso, o ministro reiterou que a PL das Fake news está em discussão há ao menos 3 anos na Câmara dos Deputados, que vinha transcorrendo em normalidade, até ser interrompida por ações de empresas com interesses políticos e econômicos no fim deste debate.
Flávio Dino ainda pontua que a uma tentativa de inverter o debate, como se o desejo fosse a censura, quando na verdade, é dever da secretaria nacional do consumidor do ministério da Justiça garantir que ninguém manipule a liberdade de expressão no Brasil.
“A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) se viu com dezenas de indícios de que algumas empresas estariam privilegiando a sua própria decisão e manipulando seus próprios termos de uso para privilegiar o que lhes convém, em detrimento de outras vozes. Isso é censura.”, disse o ministro.
Dino ainda ressalta que a discussão não é sobre o Projeto de Lei (PL) 2630 ser bom ou ruim e que essa é uma decisão que cabe à Câmara, que deve ser respeitada, apesar da posição conhecida.
“O que estamos tratando aqui apenas é se as empresas podem manipular os consumidores ou tentar manipulá-los para fortalecer suas posições e impedir o livre debate da Câmara”, alegou.
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A decisão cautelar tomada leva em consideração a proteção do código de defesa do consumidor e está proferida nos processos administrativos instaurados pela Senacom.
Essa medida cautelar impõe obrigações, que devem ser cumprida de forma imediata, algumas delas são:
- Imposição da obrigação da empresa Google sinalizar os conteúdos publicitários próprios publicados no âmbito de seus serviços
- Informar aos consumidores sobre eventual conflito de interesses que afetem a prestação de serviços;
- Imposição do dever de informar qualquer interferência no sistemas de indexação de buscas relativos ao debate do PL 2630;
- Imposição de obrigação de não fazer, no sentido de que a empresa sem informar que se trata de posição editorial, abstenha-se de censurar nas comunidades e aplicações mantidas pela plataforma digital posições divergentes da posição editorial da empresa;
- Imposição de obrigação de não fazer, no sentido de que a empresa sem informar que se trata de posição editorial, abstenha-se de privilegiar posições convergentes com a posição editorial da empresa;
Ainda de acordo com o ministro, os desdobramentos das medidas devem atuar com o objetivo de combater a censura privada e proteger o consumidor.
“O nosso objetivo é combater a censura privada de monopólios que querem impedir o parlamento brasileiro de decidir livremente sobre uma matéria”, finalizou.
*Sob supervisão de Ana Kelly Franco