O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse que as autoridades espanholas estão sendo “coniventes” com os casos de racismo que ocorrem nos campeonatos locais.
A declaração foi dada em entrevista à CNN nesta segunda-feira (22), após mais um caso de racismo contra o atacante Vinícius Junior, do Real Madrid, no domingo (21).
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Segundo o ministro, não se trata de um “caso isolado”, já que o jogador foi vítima de racismo em outras ocasiões.
“Me parece que as autoridades espanholas e as organizações que tratam do futebol na Europa, a liga espanhola, os patrocinadores, parte da imprensa, se mostram coniventes com os atos racistas”, declarou.
Para o gestor, o silêncio das autoridades, dos patrocinadores, de parte da imprensa e de outros clubes e organizações do futebol na Europa, é ser conivente com o racismo.
Silvio Almeida prestou solidariedade ao atleta e disse que o caso expõe um problema muito maior.
“Quero lembrar também que essa violência racista contra o Vini Jr. demonstra um problema muito maior que tende a se espalhar pra muito além do campo e muito além do estádio. Então nós temos um problema político de grande monta, o que justifica inclusive, manifestações do estado brasileiro”, destacou.
Racismo contra Vini Jr.
O jogador Vinicius Junior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha, quando parte da torcida do Valencia, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro.
A situação criminosa ocorreu em jogo entre Valencia e Real Madrid neste domingo (21).
Desestabilizado pela situação, ele ainda foi o único expulso após uma confusão generalizada nos acréscimos.
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Após o jogo, o atacante fez publicações nas redes sociais e, assim como já fez em outras ocasiões, criticou a atuação da LaLiga, associação responsável pela organização do Campeonato Espanhol, no combate ao racismo.
“O prêmio que os racistas ganharam foi minha expulsão. Não é futebol, é a LaLiga”, escreveu o jogador no Instagram. Poucos minutos depois, fez um texto mais elaborado em sua página oficial no Twitter.
O Real Madrid também se posicionou na manhã desta segunda-feira (22) sobre o caso e afirmou que acionou a Procuradoria-Geral do Estado por crime de ódio e discriminação.