A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu a indicação de uma mulher negra para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Me questionam agora sobre o STF, vou continuar com minha defesa, por mim, teria uma mulher negra e meu posicionamento é esse. Mas sou eu que decido? Não”, destacou.
A declaração foi dada nesta terça-feira (13) durante evento feito pela “revista piauí”, em Brasília.
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No encontro foram discutidos o funcionamento da máquina pública e a ministra afirmou ainda que quando esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ela jogou esse questionamento no ar.
“Espero conseguir conversar para a próxima. As condições que defendo tem que estar colocado na mesa. Se vai ser aceito ou não, não sei. Mas eu vou continuar dizendo que gostaria muito que fosse uma mulher”, disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o advogado Cristiano Zanin para ocupar o cargo no STF no início do mês.
Ele deve ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.
Zanin fez a defesa de Lula durante a Operação Lava Jato e em quatro anos recebeu do Partido dos Trabalhadores, R$ 2,9 milhões por “serviços de consultoria jurídica”.
Alguns aliados do presidente até chegaram a criticar a indicação por não promover diversidade na Corte.
Na data da indicação, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, foi uma das que criticou a falta de mulheres no Judiciário.
“No Brasil temos muitas mulheres na base da magistratura, e isso decresce nos tribunais intermediários. Na cúpula, como o STF, por exemplo, e nos tribunais superiores o número de mulheres é ínfimo”, destacou dia em 1º de junho.
Com a aprovação de Zanin, a Corte seguirá somente com duas mulheres — Rosa Weber e Cármen Lúcia.
Antes delas, também ocupou uma cadeira a ministra Ellen Gracie.
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Vale destacar que, até o momento o STF não teve cadeira ocupada por uma ministra negra.
Lula deverá fazer mais uma indicação ainda este ano. Rosa, que completará 75 anos no próximo dia 2 de outubro, terá de se aposentar.
As articulações pelo substituto já começaram.
Segundo a ministra, Anielle Franco, até o fim de julho, o governo deverá concluir um levantamento com o número de pessoas negras que ocupam cargos na administração pública.
Em março deste ano, o governo federal determinou a reserva de 30% das vagas para cargos e funções de confiança às pessoas negras.
“Eu não vou mudar pra caber dentro da política. A política que tem que mudar e ser transformada. Eu tenho meus valores. […] Falei, presidente, o senhor me quer com os meus valores? Por que vou trazer eles pra cá. E vou trabalhar”, disse Anielle.