Em depoimento, presos confirmaram para a Polícia Civil do Distrito Federal, as motivações golpistas do acampamento que se formou em frente ao Quartel-General do Exército (QG), em Brasília.
No dia 8 de janeiro eles partiram para as sedes dos três poderes, o que resultou na invasão e na depredação dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF.
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Nos depoimentos obtidos pelo colunista, Guilherme Amado, golpistas assumiram ter invadido o Palácio do Planalto para derrubar o governo Lula.
Uma delas, a desempregada Vildete Ferreira da Silva, declarou que deixou o “quartel de São Paulo” de ônibus, com destino à Brasília, com o objetivo de depor o governo federal.
O ônibus que a trouxe teria sido oferecido sem custos.
A professora Cibele da Piedade Ribeiro da Costa Mateos disse que deixou São Paulo também em um ônibus gratuito, no dia 7 de janeiro, instalando-se no acampamento em frente ao QG.
Ela afirmou que foi à Praça dos Três Poderes com o “objetivo de ocupar os prédios, sentar e esperar até vir uma intervenção militar para não deixar o Lula governar”.
Essa justificativa é repetida várias vezes pelos presos. A professora Gisele do Rocio Bejes admitiu que invadiu prédios públicos porque “teria ouvido uma orientação no movimento para todos entrarem, sentarem e ocuparem os espaços”.
Já a vendedora Ines Izabel Pereira não soube nem identificar o Palácio do Planalto no depoimento, mas declarou que estava no prédio “para fazer volume na multidão”.
A pensionista Ana Elza Pereira da Silva, foi uma das pessoas presas que deu um dos relatos mais claros sobre o golpe, que aparentemente já estava planejado.
“(…) Uma das responsáveis no QG por falar ao microfone disse que seria apenas uma passeata no dia de hoje [8/1], pois amanhã haveria, com a chegada de pessoas do agronegócio e dos caminhoneiros, a invasão e tomada dos Três Poderes”, disse a pensionista.
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Relembre o caso:
Bolsonaristas radicais depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde do dia 8 de janeiro, em Brasília.
Os participantes do ato antidemocrático quebraram vidros da fachada e entraram no prédio.
Ao todo, 100 ônibus com 3.900 manifestantes bolsonaristas chegaram a Brasília.
No STF, um grupo quebrou vidros, e pessoas batiam com pedaços de pau contra móveis do prédio.
No Palácio do Planalto, as imagens mostram que foram quebradas obras de arte, portas e uma mesa de vidro.
No Congresso Nacional, vídeos mostram vândalos batendo contra cadeiras do Plenário.
Agora, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.