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Reforma tributária será negociada após viagem de Lira, diz Haddad

Não há consenso sobre as alterações do Senado no texto do novo arcabouço fiscal, afirmou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não há consenso sobre as alterações do Senado no texto do novo arcabouço fiscal - Foto: Reprodução/ Lula Marques/Agência Brasil

A reforma tributária será negociada depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltar de viagem que fez à Portugal.

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A declaração foi dada nesta segunda-feira (26) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo ele, o governo quer aprovar a PEC com o maior número de votos possível.

“Não queremos votar essa PEC [proposta de emenda à Constituição] com apenas 308 votos. Queremos votar com bastante apoio porque é uma coisa para a sociedade, para o Brasil”, afirmou.

Segundo o ministro, essa é uma transição lenta, mas que aponta na direção correta.

“Então temos muito trabalho pela frente”, afirmou Haddad ao retornar do Palácio do Planalto, no início da noite.

Até a próxima quarta-feira (28), Lira estará em Portugal, onde participa de um fórum de debates sobre a política e a economia brasileiras.

Na semana passada, o presidente da Câmara afirmou que pretende votar, na próxima semana, a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e as mudanças no sistema de votação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Reuniões Hadadd

No meio da tarde, Haddad foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reuniões no Palácio do Planalto.

O ministro informou ter se encontrado com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para discutir questões relativas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Hadadd também se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar da versão do Plano Safra voltada a agricultores familiares.

Na manhã desta segunda (27), o ministro declarou que estava confiante na aprovação da reforma tributária e descartou novas concessões, argumentando que a reforma tem o impacto diluído no tempo.

“Em reta final de uma negociação complexa, é todo mundo se manifestando. Mas você tem ali um colegiado representativo do povo, representativo da Federação, da Câmara e do Senado. E você vai ter uma conclusão do processo. Estou muito confiante”, destacou Haddad.

Pelo relatório apresentado na última quinta-feira (22), haverá oito anos de transição para a adoção do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e 50 anos de transição da mudança da cobrança do tributo no destino (local onde é comprada a mercadoria).

O ministro da fazenda também comentou sobre o projeto que restabelece o voto de desempate do governo no Carf.

 “Do jeito que estava [com as empresas tendo o voto de desempate], não dava para continuar. Para você ter uma ideia, saímos de R$ 600 bilhões em contencioso para R$ 1,3 trilhão e, se nada acontecer, isso pode subir para R$ 2 trilhões segundo projeções da Receita Federal, o que é a paralisação do Estado brasileiro”, advertiu o ministro.

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Reforma Tributária

A reforma tributária é uma das principais pautas do governo Lula (PT) no legislativo, junto do marco fiscal, aprovado no Senado na semana passada.

Depois de quase quatro meses de discussões e debates, o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou na quinta-feira (22) o relatório da proposta de emenda à Constituição (PEC) que dará início à reforma tributária.

Prevista para ser votada na primeira semana de julho, a proposta simplificará e unificará os tributos sobre o consumo e representa apenas a primeira etapa da reforma.

A proposta unifica duas PECs que tramitaram pelo Congresso nos últimos anos, uma na Câmara e outra no Senado.

A principal mudança prevista no relatório será a extinção de cinco tributos: três federais; o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados; e o Imposto sobre Serviços (ISS), arrecadado pelos municípios.

Assim, será criado um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, dividido em duas partes.

O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) unificará o ICMS e o ISS. A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será arrecadada pela União.

Em troca de mudanças que trarão o fim da guerra fiscal entre os estados, o governo criará um Fundo de Desenvolvimento Regional para financiar projetos de desenvolvimento em estados mais pobres. Inicialmente orçado em R$ 40 bilhões a partir de 2033, o fundo é o principal ponto de polêmica na reforma tributária.

Diversos governadores pedem a ampliação do valor para R$ 75 bilhões e poderão mobilizar as bancadas estaduais para aumentar o valor.

A proposta prevê alíquotas reduzidas para alguns setores da economia e abre margem para a criação de um sistema de cashback (devolução de parte do tributo pago), que será regulamentada por lei complementar.

O texto também prevê mudanças na tributação sobre patrimônio, com cobrança de imposto sobre meios de transporte de luxo e heranças.

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