O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “inaceitável” a carta com condições da União Europeia para um acordo econômico com o Mercosul nesta terça-feira (4).
Presidente afirmou que não se pode “imaginar” um parceiro comercial “impondo condições”.
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O petista afirmou que criticou os termos do acordo durante encontro com o presidente francês Emmanuel Macron, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Para todos eles eu disse que a carta era inaceitável. Tal como ela foi escrita ela era inaceitável e é inaceitável. Porque você não pode imaginar que um parceiro comercial seu pode te impor condições […] Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos. Eles não cumpriram o protocolo de Kyoto, não cumpriram as decisões de Copenhague, do Rio 2002 e não vão cumprir o Acordo de Paris.
Lula deu as declarações durante a quarta edição da live “Conversa com o Presidente” e afirmou ainda que a ideia do encontro de hoje é discutir o futuro do Mercosul.
“Estamos aqui para discutir o futuro do Mercosul, o aprimoramento das relações entre Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. E nós queremos também preparar aqui a proposta de acordo para a União Europeia. Eles fizeram uma proposta, fizemos uma resposta. Mandaram uma carta para nós impondo algumas condições. Não aceitamos a carta. Estamos, agora, preparando uma outra resposta”, afirmou.
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O presidente acrescentou que “queremos fazer uma política de ganha-ganha. A gente não quer fazer uma política em que eles ganham e a gente perca.
Por exemplo: eles querem que a gente abra mão de compras governamentais, ou seja, aquilo que o governo compra das empresas brasileiras.
Se a gente abrir mão das empresas brasileiras para comprar de empresas estrangeiras a gente simplesmente vai matar pequenas e médias empresas brasileiras, pequenos e médios empreendedores e vamos matar muito emprego aqui no Brasil.”
O presidente Lula já afirmou que espera destravar as negociações e finalizar o acordo até o final do ano, mas até agora não há uma solução para os impasses.
O acordo de livre comércio UE-Mercosul foi selado em 2019, após mais de 20 anos de negociações, mas nunca foi ratificado, em parte devido à preocupação na Europa com a política ambiental adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.