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Bolsonaro presta depoimento à PF sobre trama golpista nesta quarta (12)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao STF extratos bancários dos últimos quatro anos -Foto: Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Bolsonaro apresenta extratos bancários dos últimos quatro anos ao STF -Foto: Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ser interrogado nesta quarta-feira (12) pela Polícia Federal.

Ele vai depor no inquérito que apura um suposto plano para golpe de Estado, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

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O depoimento está marcado para às 14h (horário de Brasília) na sede da PF em Brasília.

Essa, será a quarta vez que Bolsonaro presta esclarecimentos à corporação desde que deixou a presidência.

A corporação investiga o envolvimento de Bolsonaro, que foi acusado em fevereiro deste ano, pelo senador Do Val, de organizar junto com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) uma reunião para propor ao senador a participação em um plano para golpe de Estado. Na época, Bolsonaro ainda era presidente.

Do Val afirmou para a polícia que participou do encontro com Bolsonaro e Silveira, mas ele esperava tratar somente de acampamentos com intenções golpistas mobilizados em apoio ao então presidente.

Segundo o senador, foi discutida, porém, a sua participação em um plano que envolvia a tentativa de gravar uma conversa com Moraes a fim de obter provas que pudessem levar à anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022.

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Reunião com Bolsonaro

Desde fevereiro, Do Val apresentou diversas versões a respeito do encontro.

Em um primeiro momento, ele indicou que Bolsonaro havia colocado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à disposição para a entrega de escutas.

Pouco tempo depois, ele atribuiu a fala a Daniel Silveira.

O senador também disse que Jair Bolsonaro indicou concordar com a ideia. Em outro momento, retirou a informação. “Bolsonaro [só] ouviu tudo e ficou calado”, afirmou, acrescentando, porém, que ele não rejeitou as ideias de Silveira.

Ao ser ouvido pela PF no inquérito, em fevereiro, Marcos do Val declarou, porém, que o ex-presidente não teria mostrado contrariedade ao plano golpista.

Em entrevista realizada em junho, o senador afirmou que apresentou somente uma versão sobre o encontro.

Ele disse que a versão dada à PF é “verdadeira e com detalhes”.

A declaração ocorreu horas após ele ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal, que investiga obstrução de investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. Endereços ligados ao senador foram alvo de busca e apreensão em Brasília e no Espírito Santo. 

Na entrevista, o parlamentar argumentou ainda que utilizou uma “estratégia de persuasão” nas versões apresentadas à imprensa na época.

Marcos do Val disse ter achado “estranho” Silveira o ter procurado, mas afirmou não ter rechaçado o contato.

“No dia seguinte, não era possível [atender ao pedido de reunião], e perguntei se poderia ser na sexta. Mas eu já estava pensando que precisava reportar ao ministro Alexandre de Moraes. Encontrei com ele no Salão Branco [do STF] e disse que tinha sido abordado pelo Daniel Silveira e perguntei ao ministro o que ele achava, se eu deveria ir ou não. Ele disse: ‘Vai, porque, quanto mais informação, melhor’. Marquei no dia seguinte”, seguiu Marcos do Val.

A reunião com o presidente Jair Bolsonaro, Daniel Silveira e do Val aconteceu na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência da República.

Segundo o senador, Silveira o buscou em outro veículo, e para ele a reunião era para falar sobre a área de inteligência e os acampamentos nos quartéis.

“Ele [Silveira] tinha dito que iam me pegar em outro veículo. Meu motorista parou em um estacionamento, ele parou um carro atrás, o Daniel já estava lá dentro. Pedi para o meu motorista aguardar, saí do carro, fui para o carro deles. Passei sem ser identificado [na cancela da Granja do Torto] e, para mim, era alguma coisa voltada para a área de inteligência e na questão dos acampamentos nos quartéis. Iniciamos o assunto só eu, Daniel e o ex-presidente [Bolsonaro]. Afirmei que era melhor avisar logo à sociedade que não ia ter nenhuma intervenção militar, e tirasse aqueles brasileiros dali”, disse do Val.

Após a conversa, o parlamentar foi para vitória e mandou uma mensagem para Alexandre de Moraes relatando a reunião.

De acordo com do Val, o ex-presidente não disse nada durante o encontro, mas também não impediu que Silveira explanasse sobre a ideia.

Desde o fim de junho o senador está afastado de suas atividades parlamentares após precisar de atendimento médico durante uma sessão da CPMI dos atos do dia 8 de janeiro.

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