A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o colega de Casa, o bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT).

A parlamentar pede a cassação do mandato de Brunini, que teria feito um ataque transfóbico contra ela em sessão da CPI do 8 de janeiro na última terça-feira (11).

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“A declaração do Deputado Federal Abílio Brunini é extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos; descumpre os deveres postos no CEDP da Câmara dos Deputados; agride o disposto em diversos tratados e acordos internacionais de que o país é signatário; e desborda, ainda, em ilicitude penalmente tipificada. Sua prática, por conseguinte, é inconstitucional, ilegal e não incompatível com a ética e o decoro parlamentar”, diz trecho da representação.

Desabafo nas redes sociais

Em suas redes sociais, a deputada afirmou, novamente, que o parlamentar desrespeitou sua identidade de gênero:

“Não aceitarei que isso ocorra. Enquanto eles se dedicam a atacar mulheres na CPMI, trabalharei para que a Câmara seja um lugar de respeito e decoro para todas nós. E para que os criminosos que atacam a Câmara com sua misoginia e transfobia, e os que a atacaram em 8 de Janeiro, sejam punidos”, disse Erika Hilton.

Durante o depoimento do ex-ajudante de ordem Mauro Cid, Rogério Carvalho e Soraya Thronicke acusaram Abílio Brunini de homofobia contra Erika Hilton.

Na ocasião, os senadores afirmaram que o bolsonarista disse que a parlamentar estaria “oferecendo serviços”, em referência ao alto índice de mulheres transexuais que recorrem à prostituição por falta de oportunidade.

O deputado negou as acusações.

“É só pegar a gravação. Ele foi homofóbico e precisa ser retirado”, disse Rogério que foi reiterado por Thronicke.

Ao retomar sua fala, Érika Hilton disse que “todos os argumentos nefastos, de baixo calão, de baixo nível, fora de um decoro parlamentar, que está sendo colocado aqui por parte dessa gentalha é de fato assustador”.

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“Não aceitarei e não tolerarei ser desrespeitada, interrompida ou colocada em comparações de baixo calão e de baixo nível. Trato todos os colegas com respeito, com diplomacia, e assim também exijo. E aqueles que fugirem desta diplomacia terão que responder criminalmente por qualquer tentativa estereotipada e criminosa da minha identidade”, disse.

O presidente da sessão Arthur Maia (União-BA) acionou a Polícia Legislativa e o caso é investigado pela Casa.