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Imagens no celular de ex-diretora de Torres puseram PF na cola de Silvinei

Imagens no celular de ex-diretora de Torres puseram PF na cola de Silvinei

Silvinei foi preso preventivamente nesta manhã em Florianópolis (SC), pela Operação Constituição Cidadã da Polícia Federal, que investiga o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Três imagens guardadas no celular da ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Torres avançaram a investigação que culminou na prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, na manhã desta quarta-feira (9).

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Silvinei está sob suspeita de interferência nas eleições 2022.

As fotos foram tiradas no dia 17 de outubro de 2022, 13 dias antes do segundo turno do pleito.

A primeira delas mostra uma folha de papel com um painel de inteligência intitulado ‘Concentração maior ou igual a 75% – Lula’.

Em seguida, é disposta uma lista de municípios:

“Há uma coluna de votos, cujo número total é 10.073.642. Na coluna “BOLSONARO”, há indicativo de um total de 1.485.294 votos, seguida pela coluna “LULA” com número total de 7.743.713. As colunas de percentuais apontam 15,37% na coluna “% BOLSONARO” e 80,15% na coluna “% LULA”, descreveu a Polícia Federal sobre a imagem.

Segundo a corporação, no mesmo dia em que a foto foi tirada, a ex-diretora Marília Alencar teria uma reunião com o então ministro Anderson Torres às 11h.

A imagem foi capturada às 11h23, o que levou os investigadores a concluírem que a ‘fortes indícios de que esta fotografia tenha sido realizada para esta reunião’.

As outras duas imagens, tiradas antes, mostram listas de municípios de Goiás e de Minas Gerais.

Na foto que trata do Estado comandado por Romeu Zema, considerado como decisivo para o segundo turno, aparecem duas colunas: uma com o total de votos do Estado e outra com o título ‘Bolsonaro’.

Ainda vasculhando os dados do celular de Marília, a PF identificou que, no dia seguinte à captura das imagens, foi modificada uma planilha com o nome ‘BA_ELEICOES’.

O arquivo tinha as colunas ‘quantidade de equipes’, ‘base’, ‘total de eleitores’ e ‘alcance no Estado’.

No relatório encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes com pedido de prisão preventiva de Silvinei Vasques, a PF destacou o que lhe chamou atenção nos documentos do celular.

A corporação apontou que, além de as planilhas terem sido produzidas um dia após as fotografias do chamado ‘BI dos 75%’, a delegada encaminhou a seu marido, ainda no dia 18 de outubro, a seguinte mensagem:

“Cara, eu tô em reunião séria do Excel no GAB”.

Para os investigadores, a mensagem deixa clara que a delegada estava ‘tratando sobre os dados das planilhas em questão’ com o ministro Anderson Torres.

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