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Moraes derruba sigilo da operação que prendeu ex-PRF Silvinei Vasques

Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal -Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF -Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministro Alexandre de Moraes. - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, quebrou o sigilo do processo que envolve o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.

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O ex-gestor foi detido na Operação Constituição Cidadã nesta quarta-feira (9), por suspeita de tentar interferir na eleição de 2022.

“Realizadas as diligências pendentes e diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas da decisão proferida em 23/7/2023, torno-a pública, juntamente com a representação policial”, decidiu o ministro.

Detalhes do processo em sigilo

Conforme o antagonista, a representação em que a Polícia Federal pede a Moraes autorização para prender Vasques e realizar buscas e apreensões começa dizendo que as investigações foram iniciadas a partir do depoimento de Clebson Ferreira de Paula Vieira.

Vieira teria atuado como analista de Inteligência da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública de maio de 2021 a fevereiro de 2023.

O analista diz que, logo após o primeiro turno das eleições, recebeu uma orientação da diretora de Inteligência do Ministério, Marília Alencar, um “projeto de painel” com informações do resultado do primeiro turno.

O pedido de prisão tinha “o objetivo de que o declarante robustecesse as informações, já que uma das especialidades do declarante é análise de dados em geral”, descreve a PF, no processo que estava em sigilo.

Ainda de acordo com o depoimento do analista, foram realizadas várias análises estatísticas básicas, bem como cruzamentos de dados entre o georreferenciamento das sessões eleitorais com as áreas de domínio de tráfico de drogas do Rio de Janeiro, por exemplo.

Também foi realizada a análise de correlação entre as abstenções de votos e o número real de eleitores, com base nos dados do TSE.

“No decorrer das análises, foi solicitado que fossem feitas impressões de listas dos municípios que concentrassem votação superior a 75% para ambos os candidatos” que concorreriam no segundo turno, descreve Vieira.

O analista ainda detalha que “isso era estranho, por fugir da lógica de análise que estava sendo seguida em outros projetos”.

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Segundo o depoimento, em uma determinada reunião, o painel sobre votos elaborado por ele foi exibido, demonstrando a concentração de eleitores do petista em municípios do Nordeste.

O comentário na reunião era de que os votos se justificavam “porque no Nordeste havia muita corrupção e compra de votos, algo relacionado ao ‘coronelismo”.

De acordo com o analista, o que “chamou sua atenção pela mídia a operação massiva que a PRF estava fazendo no Nordeste” no dia da votação do segundo turno.

O analista diz que a PRF agiu no segundo turno baseada em seus boletins informativos sobre a votação de Lula no primeiro turno.

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