A decisão que determinou a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, traz relato de servidor do Ministério da Justiça que aponta pedido de dados sobre eleitores durante segundo turno das eleições 2022.

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O servidor contou que logo após o primeiro turno das eleições, foi requisitado pela ex-diretora de Inteligência do MJSP, Marília Alencar, que entregasse um painel com os resultados daquele primeiro momento.

No decorrer, foram solicitadas impressões de listas de municípios que “concentrassem votação superior a 75% para ambos os candidatos”.

O trabalho foi feito e, então, Marília pediu que fossem impressos dados sobre as votações em Lula, especificamente.

A conclusão foi de que os dados com maior porcentagem de votação apontavam para os municípios do nordeste.

Segundo o depoimento dado, as ações da PRF seriam “blitzes em municípios ou próximo a municípios nos quais o então candidato Lula tivesse votação acima de 75%”.

Prisão de Silvinei

O relato do servidor está entre os documentos que provocaram a prisão de Silvinei.

A prisão do ex-diretor nesta quarta-feira (9) ocorreu devido à investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.

Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze que atrapalharam a movimentação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Um dia antes da votação, o diretor-geral da PRF declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro.

À época, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques.

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Divergência em CMPI

Em junho deste ano, na CMPI do dia 8 de janeiro, Silvinei informou que não é verdade que a instituição direcionou sua fiscalização para o Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022 para beneficiar qualquer candidato à Presidência da República.