O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso que ficou conhecido como “Quadrilhão do MDB” no Senado.

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O julgamento está em curso no plenário virtual do STF. Até 19h de segunda (14), sete ministros votaram para arquivar as acusações:

  • Edson Fachin
  • Cristiano Zanin
  • Cármen Lúcia
  • Dias Toffoli
  • Luiz Fux
  • Alexandre de Moraes
  • Kassio Nunes Marques

A denúncia por organização criminosa foi oferecida em 2017, na gestão do então procurador-geral da República Rodrigo Janot, e atingiu velhos caciques do partido.

As suspeitas surgiram a partir de investigações da Operação Lava Jato.

Os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho, os ex-senadores Edison Lobão, Romero Jucá, José Sarney e Valdir Raupp e o ex-presidente da Transpetro e delator, Sérgio Machado, foram acusados de receber R$ 864 milhões em propinas de contratos com a Petrobras entre os anos de 2004 e 2012.

A PGR mudou de posicionamento em dezembro do ano passado e passou a defender a rejeição da denúncia alegando falta de justa causa.

O parecer é assinado pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo.

Um dos argumentos é que uma investigação conexa já foi arquivada pelo STF por falta de provas.

O órgão afirma ainda que não foram encontrados elementos capazes confirmar os relatos de delatores que deram origem ao inquérito.

Com o recuo do Ministério Público, o ministro Edson Fachin, relator do caso, reformou o voto.

Ele havia se manifestado pelo recebimento da denúncia em fevereiro de 2022, quando o processo foi pautado pela primeira vez no plenário virtual do STF.

O julgamento não foi concluído na ocasião porque o ministro Dias Toffoli pediu vista, ou seja, mais tempo para análise.

“As ocorrências processuais supervenientes apontadas pela Procuradoria-Geral da República de fato sugerem a fragilidade da convicção ministerial acerca da responsabilidade criminal dos acusados”, escreveu Fachin.

O advogado Luís Henrique Machado, que representa o senador Renan Calheiros, se manifestou sobre a decisão.

“Essa denúncia era simbólica para a Lava Jato, porque a ideia era justamente a criminalização da classe política. Nada mais despropositado, tendo em vista a denúncia vazia apresentada pelo então Procurador Geral da República, à época. Lembrando que no caso específico do Senador Renan, 24 processos já foram arquivados. Evidência, mais do que suficiente, de que a propositura da denúncia foi um equívoco.”

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