O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu nesta quarta-feira (19), na Câmara dos Deputados, a importação de arroz que o governo está promovendo.

A presença de Fávaro na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural foi a pedido do presidente do colegiado, deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), e de outros cinco parlamentares.

O ministro voltou a defender a estratégia do governo de importar arroz, para sanar a carência decorrente das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul. 

O estado, responsável por 70% da produção do alimento no país,  teve as lavouras, os estoques locais e a logística de distribuição fortemente afetados. O quadro levou  o governo federal decidiu facilitar a importação do produto.

Fávaro questionou a ação especulativa de parte dos produtores. “Ao tentarmos comprar 100 mil toneladas diante das dificuldades de logística do Rio Grande do Sul, o valor dava para apenas 70 mil toneladas. Se não foi ataque especulativo, o que foi? O que o governo deveria fazer”, questionou 

“Não se trata de afrontar os produtores. O preço do arroz subiu 30%, 40% diante da tragédia. É preciso ter um estoque necessário para situações de dificuldade, para vender em momentos de especulação”, afirmou o ministro da Agricultura.

Críticas

O deputado Marcos Pollon (PL-MS), um dos que sugeriram o debate, criticou as declarações de Carlos Fávaro. “Esse 1 milhão de toneladas deverá desestimular o produtor do Rio Grande do Sul no momento em que está mais fragilizado”, disse.

Já o deputado Afonso Hamm (PP-RS), disse que não houve aumento de 30%. “O aumento no preço ao produtor de arroz foi de 11% a 15%, não foi de 30%”, disse o parlamentar . “Se alguém bota margem alta lá no supermercado, se está especulando com os preços, isso é outra coisa, precisa fiscalização”, completou.

Leilão

O governo Lula anunciou a importação de um milhão de toneladas de arroz. O primeiro leilão, que compraria 263,3 mil toneladas, foi cancelado por incapacidade técnica das empresas vencedoras. Ainda não há data para um novo leilão.