O governo Lula (PT) anunciou nesta quarta-feira (19) o investimento de R$ 500 milhões para mitigar os efeitos da forte seca que atinge a região Norte do Brasil. O valor é quase quatro vezes maior do que o empenhado no ano passado.
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) assinou editais de contratação para serviço de dragagem em quatro trechos dos rios Amazonas e Solimões. Por esta técnica realiza-se processo de limpeza, desobstrução, remoção, derrocamento ou escavação de resíduos presentes no fundo de rios para aprofundar portos e vias navegáveis.
Receberão o serviço de dragagem os trechos entre Manaus-Itacoatiara; Coari-Codajás; Benjamin Constant-Tabatinga; e Benjamin Constant-São Paulo de Olivença.
Seca em 2023
No segundo semestre de 2023, Manaus presenciou uma das piores secas da região. A estiagem extrema trouxe falta de acesso à água potável e baixa qualidade de ar devido à fumaça das queimadas nas cidades vizinhas.
A seca histórica afetou também drasticamente o transporte hidroviário. A indústria do Amazonas estima que o sobrecusto nas operações de logística durante o período foi de R$ 1,4 bilhão.
Seca em 2024
Para Marcelo Thomé, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia e CEO do Instituto Amazônia+21, a “Amazônia já convive com uma nova seca”.
“Estamos em junho, apenas no começo da vazante, e os rios já baixaram muito. Até outubro, novembro, isso pode ficar tão grave, senão mais grave que a situação do ano passado. Isto é terrível para a vida, para o bioma e para a economia na região”, destaca.
Em maio, boletim hidrológico da Bacia do Amazonas, feito pelo Serviço Geológico do Brasil, fez o alerta para uma seca em 2024 tão ou mais severa que a do ano passado. A Defesa Civil chegou a sugerir à população que armazene água potável, alimentos e medicamentos.
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