A China já reconhecia os benefícios medicinais da cannabis no terceiro milênio a.C.
Textos históricos chineses, como o “Shennong Ben Cao Jing”, um dos primeiros materiais escritos sobre medicina na China, descreviam o uso do cânhamo para aliviar uma variedade de sintomas, incluindo dor e cólicas.
Segundo esses registros antigos, o cânhamo tinha utilização tanto internamente, na forma de decocções ou infusões, quanto externamente, através de emplastros e pomadas, para tratamento de condições dolorosas e inflamatórias.
Decocções são preparações líquidas obtidas a partir da fervura de plantas medicinais em água. Utiliza-se este método para extrair os princípios ativos das plantas, especialmente quando estes são solúveis em água.
Cânhamo ou maconha?
É muito comum se encontrar textos que falam em maconha e em cânhamo. Mas qual a diferença?
Cânhamo e maconha são variedades da mesma planta, Cannabis sativa. Ambas as variedades têm aplicações medicinais, mas em contextos diferentes, devido às suas composições químicas distintas.
Maconha
Contém níveis mais elevados de THC (tetrahidrocanabinol), o composto psicoativo da planta, além de outros canabinoides como o CBD (cannabidiol).
Devido ao seu teor de THC, a maconha tem utilização frequente em tratamento de condições como dor crônica, espasticidade relacionada à esclerose múltipla, náusea e vômito associados à quimioterapia.
Cânhamo
Possui níveis muito baixos de THC, mas contém quantidades significativas de CBD, além de outros canabinoides.
O cânhamo tem aplicação principalmente na produção de produtos ricos em CBD. Pesquisadores reconhecem seus potenciais benefícios medicinais, incluindo propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas, analgésicas e neuroprotetoras.
Produtos derivados do cânhamo, como óleos de CBD, cápsulas, cremes e outros, são populares no mercado de saúde e bem-estar.
Da China para o mundo
A medicina tradicional chinesa valorizava o cânhamo e a maconha não apenas por seus efeitos analgésicos, mas também por suas propriedades sedativas e relaxantes.
Esta prática ancestral influenciou o uso continuado da planta ao longo dos séculos, não apenas na China, mas também em outras culturas ao redor do mundo.
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