A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, informou nesta quarta-feira (23) que cancelou a ida dos dois observadores à Venezuela.
O TSE havia decidido na semana passada enviar os observadores. Agora, cancelou a medida.
O não envio dos técnicos brasileiros é um recado do tribunal de que não quer participar, ainda que como observador, do pleito venezuelano.
“ A Justiça Eleitoral Brasileira não admite que interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras e seriedade a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, disse Carmem.
De acordo com a ministra, as urnas eletrônicas são auditáveis e seguras. “Nunca se conseguiu demonstrar algum equívoco ou instabilidade em seu funcionamento”, observou Carmem.
“ Na democracia brasileira o voto do eleitor é livre e garantido democraticamente por um processo transparente de lisura e excelência comprovada, o que assegura a confiança do brasileiro no sistema adotado”, pontua a magistrada.
O envio de ministros ou servidores do tribunal para acompanhar as eleições em países estrangeiros é uma medida praxe realizada pelo TSE, que também recebe delegações internacionais durante as eleições municipais e presidenciais.
No pleito venezuelano, o presidente Nicolás Maduro vai concorrer à reeleição e outros nove candidatos estão registrados.
Há, no entanto, denúncias de prisões contra opositores às vésperas da votação e de cerceamento de liberdade da população, dos meios de comunicação e de observadores internacionais.
Declarações de Maduro
Nos últimos dias, Maduro intensificou suas declarações sobre a eleição presidencial, incluindo ataques ao Brasil.
No fim da semana passada, ele fez uma ameaça, afirmando que, se não vencer a eleição, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no ano passado tentou reintegrar Maduro ao continente, declarou que ficou “assustado” com a menção ao “banho de sangue”.
Na noite desta terça-feira (23), Maduro respondeu sem citar o nome de Lula, dizendo que quem estiver assustado “deve tomar chá de camomila”. Essa reação chama a atenção, já que ele costumava ser aliado de Lula.
Leia a manifestação do TSE a respeito da Venezuela
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral afirmou, hoje, que é falso que as urnas eletrônicas brasileiras não sejam auditadas. São auditáveis e auditadas permanentemente, são seguras, como se mostra historicamente.
Nunca se conseguiu demonstrar qualquer equívoco ou instabilidade em seu funcionamento.
Na democracia brasileira, o voto do eleitor é livre e garantido democraticamente por um processo transparente, de lisura e excelência comprovada, o que assegura a confiança do brasileiro no sistema adotado.
A Justiça Eleitoral brasileira compromete-se para que o eleitor tenha pleno respeito a sua liberdade de escolha na representação política, pelo que dota de plena segurança a urna eletrônica.
A democracia é o princípio e o fim do trabalho incessante, comprometido e de comprovada superioridade do sistema eleitoral nacional.
Afirmar mentira sobre a confiabilidade da urna eletrônica brasileira, que – reitere-se – é auditável e segura, é semear inaceitável afronta à seriedade, à segurança e à publicidade plena do processo eleitoral do Brasil, levado a efeito com integridade, austeridade e eficiência para o fortalecimento contínuo da democracia.
Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras.
O Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo.
A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil.
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