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Infarto: Internações aumentam no inverno, dizem especialistas

Para os homens, a ocorrência de infarto aumenta mais a partir dos 50 anos de idade e, para as mulheres, acima de 60 anos - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A estação do inverno propicia aumento de internações por infarto. A constatação é do Observatório de Saúde Cardiovascular do Instituto Nacional de Cardiologia (INC). O estudo se baseia em dados do Datasus, do Ministério da Saúde, cobrindo o período de 2008 a 2023,

No Brasil, este aumento chega a 12%, enquanto em nível mundial,  o índice chega a 30%.

Alguns aspectos fisiopatológicos colaboram para o aumento de infartos nessa época do ano, destaca a diretora do INC, Aurora Issa.

“Uma das situações é que o frio faz com que os vasos sanguíneos se contraiam em resposta ao frio. Com isso, em alguns casos, pode ter aumento da pressão arterial e isso acaba criando uma resistência ao bombeamento de sangue do coração, o que pode sobrecarregar um pouco o coração. É um dos mecanismos”.

Auror afirma ainda que as  infecções respiratórias que ocorrem no inverno são um outro fator. “A infecção respiratória tem potencial de, nos pacientes que têm placa de gordura nas artérias coronárias, principal substrato para a ocorrência de infarto, instabilizar as placas e formar trombos”. O trombo impede a passagem do sangue no vaso e isso acontece com frequência significativa em pacientes com infecção respiratória no inverno, diz a especialista.

Sintomas do infarto

Alguns sintomas podem alertar que a pessoa está tendo um infarto. “O sintoma clássico é a dor no peito prolongada, em geral uma dor a que o paciente não está acostumado e que não passa com medicações usuais”.

Também podem ocorrer apresentações atípicas. Algumas vezes, o paciente pode ter apenas um desconforto, falta de ar, cansaço. “Se tiver sintomas diferentes do habitual, a pessoa deve procurar auxílio para. Sem dúvida, o mais frequente é a dor no peito prolongada, que pode irradiar para o braço esquerdo.

A recomendação é procurar imediatamente o serviço médico. “Quanto mais tempo a pessoa que está infartando demora para receber assistência, mais vai perdendo músculo cardíaco e o dano pode chegar à necrose, que é a morte celular.” 

O atendimento tem que ser rápido para a desobstrução da artéria, o que pode ser feito por meio de medicação ou do procedimento de angioplastia”, explicou.

Prevenção

O cardiologista Flávio Cure, responsável pelo serviço de Cardio-oncologia da Rede D’Or, dá algumas dicas de prevenção.

“Quando está frio, para manter a temperatura, o organismo diminui o calibre dos vasos e libera adrenalina, então o coração trabalha mais”. Ele recomenda que as pessoas controlem a pressão, o peso, a glicose e o colesterol. “Devem tentar manter os fatores de risco sob controle.”

Por outro lado, no frio, costuma-se beber menos água, o que faz o sangue ficar mais espesso. Cure recomenda que se beba uma maior quantidade de líquidos nessa época do ano. O médico deixa claro que qualquer pessoa pode ter infarto, embora para quem tiver alteração na circulação do coração, a chance seja maior. “Muitas vezes, a pessoa nem sabe. Então, todo mundo deve se proteger do frio”, disse.

Segundo a diretora do INC, o infarto é mais frequente nos homens do que nas mulheres. 

Para os homens, a ocorrência de infarto aumenta mais a partir dos 50 anos de idade e, para as mulheres, acima de 60 anos. Pode acontecer com jovens, mas é mais raro, porque a circulação do jovem é maior, desde que ele não tenha nenhuma doença de base. 


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* Com informações da Agência Brasil

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