A nadadora Ana Carolina Vieira, que foi expulsa pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) após cometer um ato de indisciplina durante os Jogos Olímpicos, usou as redes sociais para fazer uma denúncia de assédio.
Ana Carolina saiu da Vila Olímpica sem autorização ao lado do seu namorado, Gabriel do Santos, que também integra a equipe de natação do Brasil.
A atleta contestou de forma agressiva mudanças feitas no revezamento da prova 4×100 metros livres, realizadas na manhã de sábado (27). As ações foram determinantes para seu desligamento da equipe.
Gabriel dos Santos foi punido com uma advertência e segue em Paris com o restante da delegação do Time Brasil.
Ana Carolina não deu detalhes do caso, mas disse que o COB não fez nada para ajudá-la, e prometeu se defender da acusação de má conduta.
“Ela (a funcionária) me mandou entrar em contato com os canais do COB. Como vou falar com o COB, sendo que já fiz uma denuncia e nada foi resolvido de assédio dentro da Seleção? Assim, espero que vocês consigam se conter um pouco que eu vou falar tudo com os advogados. Prometo falar tudo, é isso. Estou bem, estou triste, nervosa, mas estou com o coração em paz. Sei quem eu sou, do meu caráter, da minha índole. Espero ainda poder defender a natação brasileira feminina, só peço tempo e um pouco de paciência”, finalizou.
A atleta disse também ter se sentido desamparada pelo COB em Paris.
“Tinha uma moça me acompanhando o tempo todo. Pedi pra ela me deixar falar com o psiquiatra o tempo todo, pedi água e não podia pegar. Saí de lá, deixei meus materiais, não sabia o que fazer. Minhas coisas estão lá, fui para o aeroporto de shorts e tive que abrir minha mala toda no aeroporto. Estou em Portugal, vou para Recife e depois para São Paulo. Estou desamparada”, desabafou.
Assédio Moral
Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, Assédio moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, freqüente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, vindo a pôr em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho.
Condutas mais comuns que se caracterizam o assédio moral
- Dar instruções confusas e imprecisas ao trabalhador
- Bloquear o andamento do trabalho alheio
- Atribuir erros imaginários ao trabalhador
- Pedir, sem necessidade, trabalhos urgentes ou sobrecarregar de tarefas
- Ignorar a presença do trabalhador na frente dos outros
- Fazer críticas e brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em público
- Impor horários injustificados
- Insinuar boatos
- Forçar o trabalhador a pedir demissão ou transferência
- Pedir a execução de tarefas sem interesse
- Não atribuir tarefas
- Retirar instrumentos de trabalho
- Assediar a vítima somente quando estão a sós
- Proibir colegas de falar com o trabalhador
Quem agride
- Um superior
- Um colega de trabalho de mesma hierarquia
Consequências do Assédio Noral para Empresa
- Queda de produtividade
- Alteração da qualidade do serviço e do produto
- Doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos ao equipamento
- Troca constante de empregados
- Aumento nas ações trabalhistas por danos morais
Consequências para o Assediado
- Perda de motivação, criatividade e capacidade de liderança
- Aumento da ansiedade, insegurança, depressão, entre outras doenças
- Aumento das doenças profissionais e acidentes de trabalho
- Dificuldade de se manter empregado
O que a vítima deve fazer
- Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas
- Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que:
- Testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor
- Organizar: o apoio é fundamental dentro e fora da empresa
- Evitar conversar com o agressor sem testemunhas
- Exigir por escrito explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao Departamento de Pessoal ou Recursos Humanos e da eventual resposta do agressor. Se possível, mandar sua carta registrada por correio, guardando o recibo
- Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instâncias
- Recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo
- Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania
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