Depois de quatro anos fechada, a fábrica de fertilizantes de Araucária (PR) retomou suas atividades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (15) da cerimônia de retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC)
A empresa, subsidiária da Petrobras, receberá R$ 870 milhões em investimentos para a reabertura. A unidade, fechada em 2020, dispensou seus trabalhadores na época.
Em julho, 215 ex-funcionários retomaram suas atividades na fábrica.
Investimento e empregos
A expectativa é de que a intervenção para retorno operacional gere mais de 2 mil empregos. O retorno da produção, previsto para o segundo semestre de 2025, deve manter cerca de 700 empregos diretos.
Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada ao lado da Ansa, a Petrobras planeja investir R$ 3,2 bilhões até 2028.
A refinaria deve gerar 27 mil empregos diretos e indiretos. A unidade responde por cerca de 15% do mercado nacional de derivados de petróleo, atendendo Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
“A gente não está recuperando uma fábrica de fertilizante, a gente não está apenas fazendo um investimento de quase R$ 4 bilhões, a gente está cuidando de recuperar a autoestima desse país, o orgulho do povo brasileiro e o orgulho de a gente ser brasileiro, porque o trabalhador, o que vale para nós, é ter um emprego garantido, ter um salário justo e cuidar da nossa família com respeito”, disse Lula, lamentando a paralisação de investimentos em unidades da Petrobras nos últimos governos.
Dependência de mercado internacional
Mais cedo, em entrevista à Rádio T, no Paraná, Lula destacou a importância de fabricar fertilizantes no Brasil para reduzir a dependência de importação desses insumos.
“Uma fábrica de fertilizante num país que tem um potencial agrícola gigantesco e no estado como o Paraná, que tem uma produção agrícola muito forte, você parar de fazer fábrica de fertilizante para produzir nitrogenados, para produzir ureia, é uma coisa impensável”, disse Lula.
“É irresponsabilidade a gente não ter em conta que o Brasil não pode importar 90% dos insumos que nós precisamos, para fazer com que a nossa agricultura seja o potencial que é hoje, então nós estamos recuperando isso”, acrescentou o presidente na entrevista.
Fertilizante, produto estratégico
Os fertilizantes nitrogenados, como ureia, são amplamente usados pelo setor agrícola brasileiro. Eles são essenciais para fornecer nutrientes às plantações. A produção de ureia depende da amônia, extraída da combinação entre hidrogênio e nitrogênio. O hidrogênio vem do gás natural.
O Brasil consome 8% da produção mundial de fertilizantes, estimada em 55 milhões de toneladas. No entanto, importa 85% do insumo utilizado pelo agronegócio. A Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas de ureia por ano, o que representa 8% do mercado local.
De acordo com a Petrobras, o Plano Estratégico 2024-2028 da companhia prevê um total de R$ 60 bilhões em investimentos na expansão do parque de refino de petróleo no Brasil. Além disso, pretende destinar cerca de R$ 6 bilhões a fábricas de fertilizantes.
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