Durante a sessão do Plenário nesta terça-feira (26), deputados da oposição e da base aliada uniram-se para exigir ações concretas contra as queimadas no Brasil.

Além disso, eles solicitaram uma investigação sobre as causas dos incêndios em várias partes do país.

Os parlamentares também enfatizaram a necessidade urgente de reforçar o sistema de saúde para tratar as doenças respiratórias causadas pela fumaça.

O deputado Bohn Gass (PT-RS) destacou que as nuvens de fumaça impediram a chegada de outros parlamentares a Brasília, devido ao cancelamento de voos.

Ele expressou sua indignação, questionando quando a flora e a fauna perdidas por esses incêndios criminosos serão recuperadas, classificando a situação como inaceitável.

Bohn Gass também lembrou que os parlamentares possuem mecanismos de controle e fiscalização, mas enfatizou a importância do apoio da sociedade civil para identificar e punir os responsáveis por esses crimes.

Além dele, o deputado Pauderney Avelino (União-AM) pediu ao governo federal que amplie as ações do Ibama e da Polícia Federal no combate aos incêndios.

Ele alertou que esses incêndios criminosos estão agravando ainda mais a situação da população da Amazônia, especialmente durante a estiagem. Saiba aqui quais cuidados tomar.

Segundo o parlamentar, a situação tem secado os rios e isolado comunidades que dependem do transporte aquaviário.

Pauderney relatou que o Rio Juruá, com sete municípios ao longo de sua calha, está quase sem condições de receber barcos e barcaças para abastecer essas populações.

Da mesma forma, o Rio Purus, que atravessa seis municípios, enfrenta uma seca sem precedentes. No Alto Solimões, que abrange nove municípios na fronteira com a Colômbia e o Peru, três já estão praticamente isolados.

Pauderney ainda destacou que, além do aumento dos preços dos produtos devido à seca, há mais de 7 mil focos de incêndio apenas no estado do Amazonas, resultando em uma “situação crítica, quase calamitosa”.

Doenças respiratórias

O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), coordenador da Frente Parlamentar Mista da Saúde, alertou para os graves riscos de doenças respiratórias causadas pela fumaça, que se espalha pelo Brasil.

Além disso, Dr. Zacharias Calil criticou a inércia do governo federal e a falta de ações concretas no combate às queimadas no Brasil, que afetam principalmente o Pantanal e o Cerrado.

Ele lembrou que, em 2020, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou duramente o ex-presidente por não adotar medidas para proteger os biomas brasileiros, classificando a situação como “criminosamente desproporcional”.

Agora, segundo ele, “Marina Silva enfrenta as mesmas críticas sob sua gestão”, com o Pantanal registrando uma área queimada 54% maior do que em 2020 e um aumento de 2.362% em comparação ao ano passado.

Da mesma forma, o deputado Dr. Fernando Máximo (União-RO) destacou os impactos devastadores da fumaça na saúde da população em Rondônia.

Ele relatou que crianças, jovens, idosos, grávidas e pessoas com doenças respiratórias preexistentes estão adoecendo em massa e lamentou que o governo federal não esteja conseguindo combater os incêndios, que já são os piores dos últimos 20 anos.

Governo

Nesta segunda-feira (26), o ministro da Casa Civil, Rui Costa fez uma reunião para atualizar a situação dos incêndios e queimadas pelo Brasil.

Participaram a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Segundo Agostinho, “os focos em São Paulo e no Pantanal estão sob controle”, mas a Amazônia ainda precocupa.

O governo realizará uma nova reunião com o presidente Lula na próxima quinta-feira (29), durante a qual serão apresentadas ações de combate às queimadas.

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